Vagas para Economistas

Professor de Economia
 
Inscrições até 08/05/2024

DESCRIÇÃO DA VAGA
Estamos buscando um professor de economia para compor o nosso time.

Introdução à Economia
Curso Profissionalizante
Localidade Cachoeirinha
Horário das 19h. às 22h.
Enviar Currículo: j.pinto@terra.com.br

Pela superação da crise!

julio miragaya

 

Júlio Miragaya
Economista, Presidente do Cofecon

 

 

Por que o Cofecon lançou o Manifesto “Superar a crise política é condição para a superação da crise econômica”?
O documento “Superar a crise política é condição para a superação da crise econômica”, que foi aprovado por unanimidade dos conselheiros federais, refletiu o entendimento destes de que a crise política tem “travado” a resolução da crise econômica, e esta tem prejudicado a condição de vida de milhões de brasileiros.

Não existe possibilidade de o País reencontrar o crescimento econômico enquanto não solucionar totalmente o cenário político atual?
Naturalmente que há a possibilidade, mas o entendimento é de que seria muito difícil.

O que deveria ser feito para mudar esse cenário?
O documento sugere mudanças na política econômica, começando pela redução da taxa básica de juros, que inibe o investimento (público e privado), sangra o orçamento público e encarece o crédito. Também, cobra do Congresso Nacional maior responsabilidade, evitando a chamada “pauta bomba”, que ampliaria a crise fiscal.

Qual o tempo que a economia brasileira pode esperar?
Evidentemente, não há tempo definido, mas quanto mais tempo perdurar, pior para o país.

 

NOTA

O presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), economista Júlio Miragaya, será o palestrante do próximo Economia em Pauta, que acontecerá no dia 31 de março, quinta-feira, às 18h30min, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O presidente falará sobre "Conjuntura Econômica Nacional".

Será fornecido um certificado de 2 horas complementares aos estudantes que participarem do evento.

Na oportunidade, será servido um coquetel aos presentes, com a cortesia da Água Mineral Sarandi, Fante/Cordelier e Plaza São Rafael.

Informações e reservas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo fone (51) 3254.2600.

Prevenção da Amazônia e a ótica internacional

 

bram buscher

 

Bram Büscher
Professor, Wageningen University and Research Centre
(Holanda)

 


Com base em sua experiência no controle da caça ilegal e preservação das matas da África, como o senhor vê a questão amazônica?
Eu realmente estou muito interessado nesses estereótipos da Amazônia e quero ir além desses discursos que colocam a floresta amazônica como pulmão do mundo, de uma imagem de Amazônia intocada, ou como uma região que nunca tivesse sido ocupada antes, ou onde ninguém antes tivesse vivido. Gosto de ver a Amazônia como um espaço social, com vida, com pessoas que estão constituindo relações sociais ali. Estou interessado em ver no campo, in loco, como essas relações com a Amazônia, com a Mata Atlântica, estão acontecendo. Do ponto de vista internacional, interessa saber, também, a forma como a Amazônia e a Mata Atlântica são apresentadas, quem, por exemplo, enquadra aquela região como o pulmão do mundo, e o que as pessoas ganham com isso.

Qual a melhor forma de garantir a preservação da Amazônia?
Pra mim, é uma questão bastante central a atenção aos fatos, tanto no longo prazo, como no curto prazo. Geralmente as pessoas ficam muito aflitas por questões urgentes e precisam de uma resposta imediata e, diante disso, precisamos pensar numa resposta que seja a curto prazo, mas também pensar qual será a estratégia para lidar com essa questão no longo prazo. E, na maior parte das vezes, essa estratégia a longo prazo, e vejo isso na África do Sul, e creio que no Brasil também é o caso, a estratégia passa pelas relações com a comunidade. E um dos grandes problemas das relações com a comunidade é a intensidade da desigualdade, tanto aqui no Brasil como na África do Sul. Os dois estão entre os países mais desiguais do mundo. Então, se você pensa em politicas estratégicas que ataquem essa desigualdade, você consegue reduzir essa pressão e, dessa forma, as pessoas não precisam lutar de uma forma tão violenta pelos recursos naturais como num contexto de extrema desigualdade. Então, essa é uma estratégia que seria necessária para proteger a Amazônia.

O mundo tem uma visão romântica da Amazônia?
Sim, com certeza, tem muitas pessoas com uma visão romantizada da Amazônia. Do ponto de vista europeu, às vezes, as pessoas ficam mais confortáveis com essas imagens da Amazônia, ou da África, ou da Indonésia. As pessoas associam a imagem da África ao safari, por exemplo, e se sentem confortáveis em pagar para manter aquele pensamento sem ter o trabalho de entender que, localmente, tratam-se de relações políticas mais complexas, com muito mais nuances. Pra mim, como europeu, é muito interessante estar no campo e entender toda essa complexidade que acontece em torno dessas questões, e poder mostrar para essas pessoas que pensam que, apenas pagando, irão resolver a questão. Lembro de um artigo, de um colega, que li, intitulado “A Amazônia é um lugar legal para se preservar, mas eu não quero morar nele”. É que, em certa oportunidade, o autor levou estudantes norte americanos para um local da amazônia colombiana e, ao chegar lá, os estudantes ficaram apavorados, pelo excesso de calor, umidade e de mosquitos.

De onde vem essa visão romantizada?
Essa visão romantizada da natureza é historicamente muito recente. Vem a menos de dois séculos e está muito ligada ao capitalismo, que, cada vez que começa a avançar, com seu domínio tecnológico, sobre a natureza, ela deixa de ser vista como um lugar assustador, como acontecia antigamente, e passa a ser vista como um lugar frágil, um lugar a ser preservado. E, por isso, é essencial entendermos as relações sociais que se dão no campo, no terreno onde as coisas acontecem, para poder povoar, trazer uma ideia mais realista de como são esses lugares, e não ficarmos com essa ideia absolutamente romantizada. Essa não é uma solução. Qualquer pessoa que vier com soluções fáceis para um problema complexo está errada. Não está agindo corretamente. Não existe solução fácil para um problema dessa dimensão. Por isso temos que enfrentar esses problemas, questões sociais de longo prazo, e, sobretudo, desigualdade. Lembro que, no ano passado, uma importante ONG, chamada Oxfam, mostrava que 62 pessoas no mundo detêm mais riqueza do que 50% da população da terra, o que é absolutamente insano.

O que esperar da economia em 2016?

andre nunes de nunes

 

 

André Nunes de Nunes
Economista, Chefe da Assessoria Econômica da Fiergs
Corecon/RS nº 7567

 

Pode-se considerar o ano de 2015 como um ano perdido, para o setor?
Quando analisamos a queda de 11,8% na produção física da indústria, conforme o IBGE, é difícil não concluir que foi um ano perdido. Se, além disso, acrescentarmos a informação de que a produção também caiu em 2014 (-5,5%), a nossa conclusão é de que estamos passando por um período trágico. Nesse ínterim, muitas fábricas fecharam e diversos investimentos foram adiados.

Quais os motivos alegados pelo empresariado para a retração da economia?
A cada três meses a Fiergs realiza uma Sondagem Industrial avaliando os principais problemas enfrentados pelo setor. Desde o início desse ciclo recessivo, observamos algumas mudanças na percepção dos industriais. Em 2014, o principal problema era a elevada carga tributária, citado por 57,5% dos entrevistados. Outro item que se destacava, lembrado por 38,1% dos empresários, era a falta de trabalhador qualificado. No final de 2015, o principal entrave para o avanço na produção passou a ser a demanda interna insuficiente, com 49,8% das respostas, seguido pela carga tributária elevada (48,9%), altas taxas de juros (25,6%) e falta ou alto custo da matéria prima e da energia (22,5%). Portanto, ao longo dos últimos anos houve o agravamento dos nossos problemas estruturais, conjugado com a deterioração nas condições de mercado.

Quais as expectativas dos empresários para este ano de 2016?
A perspectiva para 2016 é de nova queda na produção. O recuo em 2015 esteve bastante atrelado à queda nos investimentos e na produção de bens de consumo duráveis. Em 2016, ingressamos em uma nova fase, em que o aumento na taxa de desemprego e a queda na renda real ajudaram a disseminar a crise para os demais ramos da economia. Nesse caso, não será surpresa se a retração em 2016 for tão intensa quanto a registrada no ano passado.

Se o País superar a crise política, o empresariado pode voltar a investir?
A crise política impacta o setor produtivo na medida em que gera uma perspectiva negativa com relação ao futuro da economia. Os agentes percebem que a trajetória das contas públicas e da taxa de inflação são insustentáveis e optam por adiar investimentos. Por isso, reestabelecer o equilíbrio macroeconômico é o primeiro passo para a retomada da confiança dos agentes econômicos. Além disso, não resolvemos os principais entraves para gerar aumento da competitividade e poucos acreditam que durante essa crise política alguns desses problemas sejam endereçados. Portanto, solucionar a crise política será determinante na medida em que se sinalize para uma mudança. Caso contrário será difícil acreditar na retomada do crescimento e dos investimentos antes de 2017.

A rede hoteleira e o verão gaúcho

abdon

 

Abdon Barreto Filho
Economista, presidente ABIH/RS
Corecon/RS Nº 4095

 

 

Qual foi a ocupação média dos hoteis no Litoral Norte durante os meses de verão?

Segundo pesquisa com os hotéis associados à Associação Brasileira da Indústria de Hoteis do Rio Grande do Sul (ABIH/RS), a ocupação média do Litoral Norte durante o verão 2015/2016, até o presente momento, está em 85%.

 

Esse número representa um avanço em relação ao mesmo período do ano passado?

Realmente, segundo as consultas realizadas, a ocupação está com 10% acima do ano anterior.

 

A que se deve esse resultado?

O principal motivo do bom resultado é a consequência da desvalorização cambial, tornando o Brasil mais atrativo. Além disso, os fluxos históricos de argentinos que são atraídos pelas praias, águas mornas, paisagens, gastronomia e hospitalidade brasileiras. As ações promocionais realizadas na Argentina contaram com as participações da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), responsável pela promoção do Brasil no exterior, pela Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do RS (Setel), prefeituras municipais, entidades e empresas do Litoral Norte e da Costa Doce.

 

Houve avanço no número de disponibilidades?

A oferta hoteleira tem recebido entrantes, aumentando a capacidade instalada, principalmente nos casos de unidades habitacionais para aluguel. .Além disso, estão sendo realizados investimentos nos equipamentos e serviços hoteleiros.

 

Qual tem sido o impacto da presença dos argentinos em nossos hoteis?

Houve aumento de fluxos de argentinos confirmados pelas consultas aos Centros de Atenção ao Turista (CATs), vinculados à Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer. O CAT de Uruguaiana, por exemplo, registrou mais de 32 mil atendimentos na primeira quinzena de janeiro 2016. Os 28 CATs distribuídos em diferentes regiões do Rio Grande do Sul registraram o maior número de atendimentos dos últimos 15 anos. O levantamento da SETEL apontou que 93.492 visitantes buscaram informações sobre os atrativos, rotas e roteiros. Estão sendo distribuídos materiais informativos como o mapa turístico e rodoviário, mapa do Litoral Norte e Costa Doce, folheto Porto Alegre e Serra Gaúcha em idioma espanhol. Da mesma forma, folhetos dos municípios interessados no fluxo de argentinos e o folheto promocional “Rio Grande do Sul - Um Grande Destino”, em três idiomas, português, espanhol e inglês. Convém destacar, o lançamento do aplicativo Turismo RS, disponível gratuitamente nas lojas especializadas. Observou-se que em alguns hotéis, os argentinos chegam a ocupar 30% da oferta de unidades habitacionais. Entretanto, o maior fluxo de visitantes ainda é originado no próprio Rio Grande do Sul.


Que regiões do estado são mais procuradas pelos turistas argentinos?

As regiões turísticas mais procuradas são as cidades do Litoral Norte e Costa Doce. Houve fluxo de visitantes para o Noroeste Gaúcho na Região das Termas e Lagos, especialmente em função da proximidade com a Argentina. Foram registrados argentinos nas cidades de Gramado, Canela e Porto Alegre. Entretanto, a maior parte dos fluxos de visitantes continuam sendo as praias do Estado vizinho. As ações promocionais devem continuar visando à captação de novos fluxos e a ampliação de novos atrativos para a temporada 2016/2017, sempre com as parcerias dos setores públicos e privados interessados no desenvolvimento do Turismo Receptivo.

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