Vagas para Economistas

Professor de Economia
 
Inscrições até 08/05/2024

DESCRIÇÃO DA VAGA
Estamos buscando um professor de economia para compor o nosso time.

Introdução à Economia
Curso Profissionalizante
Localidade Cachoeirinha
Horário das 19h. às 22h.
Enviar Currículo: j.pinto@terra.com.br

Educação Financeira em projeto social


Mariliane Caramão

Economista, educadora financeira,
especialista em psicologia econômica,
criadora do Repen$e Kids

Corecon-RS Nº 8698


 

De que modo a educação financeira pode contribuir com projetos voltados a jovens?

Os jovens que ingressam no mercado de trabalho são presas fáceis no complexo mundo financeiro. Ao mesmo tempo que são estimulados a consumir, eles sentem o crédito como parte integrante da renda. Se não há orientação financeira, se deixam levar pela urgência da posse, por pressões sociais, e acabam endividados. Num Brasil de muitos desafios e sutilezas econômicas, iniciar a vida profissional despreparado para lidar com dinheiro custa caro.

Qual o nível de educação financeira dos jovens no Brasil?

Um estudo do Serasa Experian mostrou que jovens de 18 a 25 anos ocupam o segundo lugar no ranking dos inadimplentes no Brasil, representando mais de nove milhões de pessoas. No mesmo sentido, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, 2018) mostra – no quesito letramento financeiro – que, além de ocupar uma posição no final do ranking, o Brasil apresenta uma disparidade em relação ao conhecimento, que chega a 98 pontos. Os estudantes de classes econômicas mais elevadas são mais expostos a conversas que envolvem o trato com dinheiro, possuem mais confiança e interesse pelo assunto, enquanto os estudantes com menor renda recebem poucas instruções. Nesse contexto, é um diferencial à sustentabilidade financeira ser apresentado ao mundo econômico antes de ingressar no mercado de trabalho, principalmente para os jovens de famílias com rendas menores ou situação de vulnerabilidade.


Você participa de projeto social voltado à educação financeira de jovens, o que te motivou?


Eu já estava alinhada com o voluntariado. Mas esse é um exemplo de demanda social que saltou aos olhos durante a pandemia e senti que seria uma oportunidade de contribuir de forma mais eficiente. Hoje, não é aceitável que alguém tenha frustrada sua possibilidade de sonhar em função do lugar onde ela nasceu ou qualquer outra condição. Por isso, empenhar algum esforço para reduzir as disparidades sociais acaba sendo um desejo comum e me coloquei à disposição do Instituto Ascendendo Mentes, em Porto Alegre.


Onde está localizada a ONG e como atua?


O Instituto está localizado no bairro Glória, em Porto Alegre. É um espaço de socialização focado em desenvolver potencialidades para que os jovens ocupem seus espaços no mercado de trabalho. Está fundamentada em quatro pilares: educação socioemocional, educação profissional, educação socioeconômica e sinergia com mercado de trabalho. Além da geração de renda, via formação profissional, entendem que a preparação socioeconômica seja um elo para estabilizar a condição financeira. E é aí que entra a minha atuação. Ainda que as necessidades imediatas sejam supridas através da doação de cestas básicas às famílias envolvidas, o objetivo é estimular a independência e o empoderamento dos jovens.


Que tipo de trabalho estás desenvolvendo lá?


Como citei, a educação financeira entra no pilar socioeconômico como um meio de superar a fragilidade econômica. O programa segue uma estrutura baseada em atividades que exploram o conhecimento financeiro básico associado com tópicos comportamentais. Vai desde conceituar o que é uma compra à vista e a prazo, passando por ferramentas para montar o orçamento pessoal e formar reserva até relacionar o impacto de fatores econômicos no dia-a-dia. Além disso, sabemos que o comportamento econômico individual é resultado do que se pensa e sente em relação aos recursos envolvidos. Então, para encurtar o caminho entre conhecimento e aplicação, são estimulados recursos psicológicos para tomar decisões mais conscientes e autônomas. O participante treina como diferenciar necessidade e desejo, reconhecer armadilhas que estimulam gastos excessivos e analisar o próprio comportamento de consumo.


Qual o objetivo do programa e qual a duração?


O objetivo é dar condições para que os jovens possam ir mais preparados para a vida financeira, sabendo lidar com as situações comuns de quem ingressa no mercado de trabalho. A formação tem duração de quatro meses e, ao longo de 2022, atenderá 60 jovens entre 15 e 17 anos.


Qual é o grande desafio para os jovens?


O desafio está em atrasar recompensas. Para eles, isso se traduz em identificar e tolerar situações que o estimulam a comprar o que não precisa ou gastar dinheiro que não têm em benefício de poupar para comprar um bem pagando à vista, fazer uma viagem, um curso ou ajudar a família.


Tens percebido avanços nesse processo?


O voluntário também encontra desafios num projeto social. Posso citar três: reconhecer as carências na educação geral e criar estratégias para superá-las; necessidade constante de enquadrar o conteúdo (ele precisa ser aplicável ao contexto); por último, a necessidade de priorizar confiança e empatia, entendendo o ambiente ao qual cada um está inserido interfere nas suas decisões. Os alunos estão sendo muito rápidos em assimilar do papel das emoções associadas ao consumo e a maioria já incorporou a ideia de parar para pensar. Também estão evoluindo nas conversas. Elas já ultrapassam o campo das necessidades básicas e até alguns sonhos já foram compartilhados. Enxergo, nesses pequenos sinais, a capacidade de reformular a cultura econômica familiar, e isso me anima muito. Esse retorno, dentro do meu propósito, é muito gratificante.


Quem tiver interesse em contatar com o Instituto, como deve proceder?


O Instituto Ascendendo Mentes recebe doações para a manutenção dos seus projetos e quem desejar contribuir acessar o site: https://www.ascendendomentes.org.br/doapoa e as vagas para novos voluntários também segue abertas: https://www.ascendendomentes.org.br/contato

Indicadores para acompanhamento do desempenho das empresas


Cedenir Agliardi

Economista, especialista em Gestão Financeira,
Sócio da Matrix Consultoria Empresarial
Corecon-RS Nº 62227

 

 

Qual a importância da gestão financeira numa empresa?

A gestão financeira é fundamental para uma boa administração de uma empresa, seja qual for o tipo de atividade que ela atua. Qualquer decisão precisa estar em concordância com a parte financeira. Gestão financeira é cuidar do dinheiro. Cuidar do dinheiro é, literalmente cuidar de todo o caminho que o dinheiro faz na sua empresa, na sua família ou o seu dinheiro mesmo.

 

Como ter o total controle sobre o fluxo financeiro de uma empresa?

Fluxo de caixa diário, semanal, mensal são outras formas necessárias e eficazes de se ter o controle da empresa. Para ter um bom controle sobre o fluxo, primeiro precisamos ter um sistema adequado, o que não é fácil, principalmente para pequenas e médias empresas.  Definido o sistema, precisa de muita vontade e resiliência para mantê-lo em dia.

 

Que tipo de sistema seria esse?  Existem sistemas ERP com controle financeiro e fluxo integrado, mas estes costumam ser muito limitados.

O velho e bom excel ainda é a melhor ferramenta, pois você consegue fazer um fluxo personalizado, específico para sua empresa. Há uma ideia errônea de muitas empresas pequenas sobre uso de ferramentas como excel. Acredite, Wall Mart, GM e muitas outras gigantes fazem o planejamento em excel (ou outras planilhas eletrônicas). Claro, com uso das informações extraídas dos sistemas operacionais.

 

Qual a importância do uso de indicadores no acompanhamento do desempenho da empresa?

Extremamente importante. São os indicadores que servirão de base para a tomada das principais decisões. Toda empresa tem seus indicadores importantes. Precisa calcular e acompanhar.

 

Que tipos de indicadores são considerados essenciais para controle do fluxo de caixa?

Indicadores de desempenho são instrumentos internos utilizados para medir as atividades de uma empresa, que dificilmente conseguirá evoluir e crescer se não tiver parâmetros de acompanhamento de seus números. Muitas empresas até podem crescer sem esses indicadores, mas aí, basta uma pequena crise para o sucesso virar fracasso. Perde tudo o que ganhou porque não viu ou não percebeu a movimentação negativa de caixa. Cada empresa ou ramos de atividade possui seus indicadores específicos. Por exemplo, hotéis e aviões têm como principal indicador o índice de ocupação. Temos o ticket médio, que mostra o comportamento do cliente com a marca e também nos demonstra o nível de satisfação do cliente com a empresa, que serve para a grande maioria dos ramos de atividade, e assim por diante.

 

Qual a importância  da análise de oportunidades em uma empresa? 

Toda empresa, por menor que seja, precisa estar estudando e analisando constantemente seu negócio. Avaliar novas oportunidades, inovações e, principalmente, investir em novos modelos, novas formas de evoluir no seu ramo.

Mulher: Dona de si, líder de si mesma!

Dirlene Silva

Economista, Mentora, Coach e Consultora de Inteligência Financeira,
CEO na DS Estratégias e Inteligência Financeira, palestrante,
embaixadora e professora na Escola Conquer,
conselheira nos projetos Artigo 19 e Injeção de Autoestima,
embaixadora no Clube Mulheres de Negócios de Portugal,
membro coletivo Conexão Mulheres e Economia,
colunista de Finanças nos Blogs do Banco Pan, Prateleira de Mulher e Black Collab.
Em 2020 foi eleita LinkeIn Top Voices, sendo a única economista da lista,
em 2021 foi nomeada Linkedin Creator
e é umas das 50 pessoas mais criativas do Brasil segundo a Revista Wired.


Como tem acompanhado a participação da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos?

Até 2020 a participação feminina no mercado de trabalho no Brasil era crescente. A prova disto, é que as mulheres brasileiras conquistaram o direito de trabalhar fora de casa livremente (sem precisar da permissão do pai ou do marido) em 1962, e hoje, passados apenas 60 anos, já representam 61,9% da força de trabalho do país. Ou seja, conquistamos espaços, mas ainda há um caminho considerável a percorrer na busca por equidade. Embora a participação feminina represente mais da metade da força de trabalho, quando se faz o recorte por cargos de gestão, essa participação é de 39,4%. Ainda, quando focamos no topo da pirâmide, somente 3,5% das mulheres ocupam a cadeira número 1 de CEO. Além disso, o salário recebido pelas mulheres é em média 34% inferior ao dos homens.

A pandemia trouxe algum impacto na evolução da participação da mulher no mercado de trabalho?

Sim, a pandemia representou para mulheres um retrocesso em termos participação no mercado de trabalho, pois elas representam a maioria absoluta da massa de desempregados na pandemia. Infelizmente, a pandemia interrompeu a evolução crescente de 30 anos da participação das mulheres no mercado de trabalho. Contudo, apesar dos números negativos, questões como profissões tipicamente femininas, acúmulo de tarefas, dupla jornada de trabalho e maternidade, que não eram anteriormente faladas, ganharam destaque na sociedade. As empresas passaram a discutir e, assim, refletir sobre os vários tipos diversidade, bem como os benefícios delas. Eu, particularmente, vejo esses fatos como uma intenção positiva. Agora, no mês de março, tenho agendadas várias palestras em empresas sobre a diversidade de gênero direcionadas a todos os públicos. A ideia é inspirar as mulheres e sensibilizar os homens, fomentando a discussão de como as competências das pessoas se complementam e que diversidade é saudável. Enfim, a sociedade está questionando o modelo patriarcal, bem como os tabus que envolvem a figura da mulher no mercado de trabalho. E sobre tabus, eu defendo que decretamos o “início do fim de um tabu quando começamos a falar sobre”.

De que forma as mulheres de hoje estão assumindo a sua condição de provedora da família?

A condição de cada vez mais mulheres assumirem o papel de provedora ou responsável pelo provimento da família, na mesma proporção que o cônjuge, está diretamente ligado às conquistas de direitos das mulheres (quadro abaixo) ao longo dos anos e, consequentemente, evolução da sociedade. Em 1970, mesmo trabalhando fora, dizia-se que a mulher apenas ajudava o marido. Minha mãe se divorciou em 1977 e o fato foi um escândalo. Nos anos 80, a mulher apanhar do marido não era um fato que chocava. Inclusive não era crime. Ouço relato de homens que cresceram nessa época e ouviam suas mães instruindo suas irmãs sobre cozinhar, lavar, passar, ou seja, a ser uma excelente dona de casa para que nunca apanhassem de seus maridos. Nossa constituição atual, de 1988, foi a primeira que reconheceu a igualdade de gênero entre homens e mulheres na teoria. Na prática, ainda não existe tal igualdade.

Toda a mulher já se sente preparadas para essa nova realidade?

Sem dúvida que sim. Como visto no quadro anterior somente em 1879, sendo em menos de 150 anos as mulheres conquistaram o direito de cursar uma faculdade. Hoje, elas já representam 57% dos estudantes do ensino superior. Elas estão presentes em 71,3% nos cursos de licenciatura e 54,90% nos cursos de bacharelado. Nos cursos de pós-graduação, este número aumenta, chegando a 64%. Já no mundo do empreendedorismo, mais de 51% dos novos empreendimentos são liderados pelas mulheres. Logo, a realidade é que as mulheres estudam mais e empreendem mais que os homens.

Qual a tendência?

A tendência é que cada vez mais ser “lugar de mulher é onde ela quiser”. As mulheres estão gradativamente mais cientes de seus direitos e que podem fazer escolhas. Há mulheres que optaram por focar na carreira, outras na maternidade, ainda outras, assim como eu, conciliam com maestria ambas as coisas. E também há as que são donas de casa e está tudo certo. Não há problema algum em ser dona de casa ou exercer uma profissão considerada tipicamente feminina, como professora ou enfermeira, por exemplo. O problema mesmo é não ter escolha. Não ter a outra opção de escolha pelo fato de ser mulher. Questões como gênero, cor da pele ou classe social não podem decretar o destino de ninguém.

Qual a sugestão para as mulheres que querem se dedicar cada vez mais à vida profissional?

Na verdade, minha sugestão é para todas as mulheres: Sejam donas de si, líderes de si mesmas. Façam suas opções e escolhas e, exijam respeito a suas vontades. Ratifico, que o fato de ser mulher não pode decretar o destino de alguém. Em relação às mulheres que querem se dedicar à vida profissional: Ainda que em nossa jornada as dificuldades sejam dobradas e se você for mulher, negra e de origem humilde como eu, as dificuldades são exponenciais, elas não são intransponíveis. Então, se eu posso deixar uma recomendação às mulheres é que estudem. Sejam lifelong learner, mas além de estudar as teorias, coloque-as em prática, pois o conhecimento só faz sentido quando é colocado em ação. Autoconhecimento é a mãe do conhecimento. Se permita aprender continuamente. Eleja uma mentora ainda que informal. Cerque-se de mulheres que você admira. Acredito no poder da sororidade e tenho convicção que “o caminho para o crescimento feminino é traçado em conjunto”.


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Interações e relações entre Economia e Sociedade

Luiz ZagoLuiz Henrique Zago Gaston

Economista da Diretoria de Tarifas e Estudos Econômicos da
Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs),
Mestre em Economia Aplicada PPGE/UFRGS, Conselheiro do Corecon-RS

 

 

 

Qual a importância da sua atividade para a sociedade?
Considerando todas as atividades que realizei ao longo de minha vida profissional e que desenvolvo atualmente, não tenho dúvidas de que se tratam de ações e iniciativas de grande importância para o crescimento econômico do nosso estado e o desenvolvimento cada vez maior de nossa sociedade.

Quais os principais requisitos exigidos para o exercício dessa atividade?
O mais importante de tudo é a qualificação e atualização constantes do profissional da Economia, sempre em sintonia com os novos desafios que se apresentam diariamente.

De que forma os interessados em iniciar esse tipo de trabalho podem ir se preparando para fazê-lo?
Curiosidade e proatividade são qualificações básicas para o crescimento profissional em qualquer ramo de atividade. E nessa área é muito importante a busca constante do aprendizado sobre as interações e relações entre Economia e sociedade. Ou seja, ler, estudar e aprender muito sobre Economia e as diversas áreas transversais que complementam a formação.


Os cursos de Economia conseguem, por si só, transmitir ao futuro profissional formação para atuação nesse mercado?
Penso que, de uma forma geral, os cursos de Economia no Brasil preparam excelentemente o aluno para o seu encaminhamento profissional, através de uma formação teórica sólida, que será fundamental para o desempenho de sua profissão logo ali na frente. Eles fornecem as bases e servem como ponto de partida para a qualificação profissional. Evidentemente, que a consolidação dessa caminhada de sucesso vai depender do esforço e vontade de cada um, ao não medir esforços pela busca da excelência.


Quais as dicas que darias para os estudantes e profissionais que querem entrar nessa área?
É muito importante sempre estar atento aos fundamentos oferecidos na Academia, nas áreas da Microeconomia, Macroeconomia, Estatística, Matemática e História Econômica, aprofundando e ampliando cada vez mais os conhecimentos, sem, entretanto, deixar de buscar as áreas transversais ao conhecimento econômico. Também considero muito importante a busca permanente de uma visão sistêmica da sociedade.

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