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UFRGS recebe economistas para o Corecon Acadêmico

abertura

O Corecon-RS, em parceria com a consultoria econômica Equilíbrio, da UFRGS, promoveu, no dia 13 de março último, a primeira edição do ano do Corecon Acadêmico, que abordou as “Perspectivas do economista”. O evento aconteceu no Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade e contou com a participação dos economistas Fabiano Almeida (economista-perito), Leonardo Busatto (Secretário Municipal da Fazenda de Porto Alegre), Patrícia Palermo (Economista-Chefe da Fecomércio-RS), Róber Ávila (professor de Economia UFRGS) e Tiago Lemos (consultor empresarial). O encontro teve a mediação do presidente da Equilíbrio/UFRGS e estudante do quinto semestre de Economia da FCE, Sérgio Pestana.

fabiano1O economista-perito Fabiano Almeida falou sobre o início de sua carreira como professor de cursos técnicos no Senac, que, apesar de nunca ter imaginado que entraria para a docência, considera o seu grande desafio por ter sido a primeira oportunidade de utilizar a bagagem da faculdade e transmiti-la a outras pessoas. A convite, resolveu trabalhar em perícias nas áreas trabalhista e cível, conciliando a nova atividade com a docência. Falou, ainda, das diversas áreas da perícia e da importância da atividade no apoio técnico da solução de conflitos judiciais. “Trata-se de um mercado muito amplo, com uma atividade prática, onde se chega ao resultado assim que conclui o trabalho”. Disse, ainda, que os conhecimentos adquiridos na faculdade abrem um leque muito amplo, “mas o mais importante é a forma como o profissional se mostra ao mercado”.


roberO professor da UFRGS, economista Róber Ávila Iturriet, disse que sempre gostou de estudar e, ainda bem jovem, passou em concurso do Banco do Brasil. Depois de se graduar, durante o mestrado, iniciou sua carreira docente na Universidade Federal de Rio Grande (FURG) e, mais tarde, durante o doutorado, começou a ministrar aulas também da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Fez concurso para a FEE, onde atuou por cinco anos, e com sua extinção, prestou concurso na UFRGS onde leciona atualmente. Disse que, apesar de nunca ter imaginado que seguiria a carreira docente, hoje sabe que por mais que se estude, o conhecimento se torna inesgotável e, mesmo, insuficiente. “Cada vez que se estuda, vai-se compreendendo melhor a economia, suas áreas próximas, e a própria realidade”, afirmou, lembrando que o curso proporciona uma visão da realidade muito diferenciada em relação a outras profissões, o que lhe abriu os horizontes para diversas oportunidades de emprego nos setores público e privado. “Nerds de plantão: vale à pena estudar! Leiam muito e sempre!”, alertou.

patricia

A Economista-Chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, lembrou que teve origens muito humildes e que a entrada para a faculdade foi um marco na sua vida e de sua família. Como muitos jovens, a escolha da profissão foi pautada por um conteúdo em que se destacava no colégio, o que a fez se inscrever para o curso de Farmácia. Mesmo passando em quinto lugar no vestibular e registrando notas altas nas disciplinas, disse que não se sentia à vontade no curso, o que a levou a cancelar a matrícula um ano e meio depois, partindo, em seguida, para a economia. Ressaltou que a matemática e o modo lógico de processar o funcionamento das escolhas, proposto pelas ciências econômicas, a fizeram sentir-se rapidamente atraída pelo novo curso. Patrícia destacou que o curso de economia possibilitava a ela o exercício de uma habilidade em que se destacava, que é a capacidade de comunicar-se de forma clara, didática e objetiva. “Existe um desafio muito grande para os economistas, que é falar uma linguagem que as pessoas possam entender. A sociedade deseja informação, e, mais que isso, anseia por entender o que está sendo informado”, ressaltou. Abordou sobre sua trajetória estudantil, ressaltando a participação no Programa de Iniciação Científica. Comentou, também, sobre o Salão de Iniciação Científica da UFRGS, em que ganhou por duas vezes consecutivas o Prêmio Jovem Pesquisador da UFRGS. Falou aos estudantes sobre a importância de valorizar a prova do Enade, explicando que recebeu a sua primeira proposta de emprego da ESPM em virtude do seu resultado no antigo Provão do MEC. Ainda, durante o mestrado, foi chamada para uma vaga de economista na Fiergs, onde entrou como quarta economista até chegar à segunda na hierarquia do setor, de onde foi chamada, sete anos depois, para assumir o cargo de Economista-Chefe da Fecomércio-RS. “Esforcem-se porque, a partir daí as coisas boas começam a acontecer. Não interessa o que vocês façam, façam da melhor maneira possível, sempre!”, sugeriu. “Aprendam línguas, programação e comuniquem-se bem, na fala e na escrita!”, disse. Por fim, deu um conselho: “Cuidem como vocês se posicionam nas redes sociais porque elas são o seu cartão de visitas!”. Além de suas atividades como Economista-Chefe na Fecomércio-RS desde 2011, Patrícia ministra aulas na ESPM e na Faculdade São Francisco de Assis, atuando em ambas há quase 15 anos. Desde 2013 faz parte da equipe de professores da Pós-Graduação da Uniritter. Em 2016, foi eleita Economista do Ano pelo Corecon-RS.

busatto

Aos 17 anos de idade, orientado por um teste vocacional na Faculdade de Psicologia, o então secundarista Leonardo Busatto deixou de lado sua paixão por geografia e pela matemática da engenharia, para, motivado pela inquietação, buscar na Economia a porta de entrada na universidade. Iniciou na UFRGS em 2001, mas somente passou a se sentir atraído pelo Curso meses depois, com o contato com matérias mais específicas. Disse que, mesmo que não se utilize alguns temas durante a vida profissional, o Curso proporciona “uma base lógica para entender os aspectos sociais e econômicos do mundo”. Ressaltou que nunca foi considerado um nerd, mas que aprendeu cedo a distinguir os momentos do estudo e das festas. Disse que foi sugestionado por dois professores que foi prestar as provas para o concurso da Secretaria Estadual da Fazenda, onde é auditor-fiscal. E foi justamente no setor público, que se deparou com uma nova realidade, que foi a carência de economistas, em detrimento de engenheiros, contadores, administradores, entre outros. “Infelizmente, na faculdade, nos tornamos teóricos de mais e práticos de menos”, disse, fazendo um apelo para que os economistas façam concursos para as áreas públicas. “O setor público hoje toma decisões embasadas em achismos, com poucas amostras de evidências”, disse, lembrando que política pública se decide com dados quantitativos, com econometria, com análises substanciais, o que está em falta no Brasil. “Nós precisamos ocupar os espaços, que são nossos, seja nos ministérios ou nas secretarias estaduais e municipais”, alertou, deixando mais uma sugestão: “Aprendam idiomas e informática, e olhem a faculdade de maneira cada vez mais transversal”.

tiago1O consultor empresarial Tiago Lemos iniciou sua exposição dizendo que aos 16 de idade, antes de entrar na faculdade, as tentativas de empreender já lhe proporcionava vencimentos mensais mais altos que o do seu próprio pai. Só que seu negócio de importação de gramados sintéticos para campos de futebol sete, uma novidade da época, quebrou, e menos de dois anos depois, já na faculdade, era estagiário da FEE. Lemos, que criou a primeira aceleradora startup do sul do País, atua com investimentos em diversas empresas de tecnologia, além de sua empresa de consultoria de administração aberta que trabalha para grandes corporações, como Serasa, Porto Seguro, entre outras. Disse que, apesar de ter sido um péssimo estudante de economia, o Curso lhe proporcionou a perspectiva de buscar análises mais claras sobre o mercado, como, por exemplo, a forma de estabelecer um plano de negócios ou a compreensão da taxa de retorno na compra e venda de empresas.ão se preocupem, porque os seus futuros serão construídos ao longo de suas caminhadas”, disse aos estudantes, lembrando que “o conhecimento está disponível para aquele que realmente quer apender e, com isso, realizar”. Afirmou que sempre foi inquieto e sentia a necessidade de estudar e aprender sobre o que achava interessante e, por isso, hoje, investe mais em pessoas que têm capacidade e vontade de aprender e buscar soluções, que propriamente em empresas. “Segue o seu caminho, independentemente de a nota ter sido boa ou não. O que importa é o esforço e a dedicação”, acrescentou. Lembrou a plateia, ainda, que as pessoas têm que ganhar dinheiro e gerar emprego. Para isso, “vamos fazendo, errando e aprendendo. Mas, se errarmos, erremos rápido e barato”, finalizou.

Coordenado pelo conselheiro do Corecon-RS, economista perito Aristóteles Galvão, o Corecon Acadêmico é desenvolvido junto às universidades do RS com o objetivo de oportunizar aos estudantes dos cursos de Ciências Econômicas experiências de profissionais de diversos áreas da economia no mercado de trabalho. “Queremos discutir com os estudantes, de forma clara e transparente, a realidade que envolve o papel do economista na sociedade, desde sua opção no vestibular, suas dificuldades e conquistas no mundo acadêmico, até as vivências atuais no mundo profissional”, explicou Galvão.

auditorio

Também estiveram presentes no evento o presidente do Corecon-RS, economista Rogerio Tolfo, o ex-presidente, economista Lauro Renck, e o ex-conselheiro da Entidade, economista Vladimir Alves.