programa nacional de prevencao l ogo

Logo ENEFlogo programa prevencao corrupcao150

"Carinhosamente chamado de PPGE do Mar"


Gibran da Silva Teixeira
Professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG),
Docente Permanente do Curso de Mestrado em Economia do Mar

 

A Universidade Federal do Rio Grande (FURG), através do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada, está disponibilizando, a linha de pesquisa “Economia do Mar”. Capitaneado pelos professores Gibran da Silva Teixeira, Patrizia Raggi Abdallah e um grupo de outros pesquisadores, uma combinação de jovens e experientes docentes/pesquisadores, o curso disponibiliza aos alunos temas vinculados à Economia de Zonas Costeiras e Marinhas e a Economia do Bem-Estar Social.
A linha de pesquisa Economia de Zonas Costeiras e Marinhas aborda problemas relacionados com a economia dos recursos naturais, com foco nos ambientes costeiro e marinho. Nesse conteúdo, são estudados temas como economia das mudanças climáticas, políticas públicas para o mar, uso e conservação da biodiversidade, avaliação econômica de impactos ambientais e humanos, exploração dos recursos naturais, estudos econômicos de setores produtivos (petróleo, gás, pesca e turismo). Já, a Economia do Bem-Estar Social abrange temas que envolvem os problemas relacionados à sociedade e que estão direta ou indiretamente associados a questões de eficiência econômica e social, uma linha da economia tradicional, que envolve as áreas de saúde, saneamento básico, criminalidade, emprego, crescimento econômico, desenvolvimento econômico.

Como surgiu a ideia do Curso sobre Economia do Mar?
O Programa, carinhosamente chamado de PPGE do Mar, nasceu em 2014, através de um esforço muito grande dentro da FURG para que pudéssemos montar um programa de pós-graduação em economia. A vertente com a economia do mar surgiu naturalmente pela vocação institucional da Universidade, voltada aos ecossistemas costeiros e marinhos. E, também de forma natural, construímos alinhamento com as linhas de pesquisas do curso de oceanografia, área em que já vínhamos desenvolvendo algumas pesquisas, especialmente com pesca.

O Programa possui outros focos de atuação?
Atualmente, o Programa vem trabalhando muito com questões ligadas a crédito de carbono, emissão de CO2 da pesca e políticas de subsídios para pesca. Agora estamos entrando forte também em economia portuária, através de um projeto já registrado junto ao CNPQ, que é o RiskPorts, parceria do Programa com a Universidade Federal de Santa Catarina e com a UniVali”. Da mesma forma, estamos realizando assessoramento a agências de regulação, como o caso da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), com o desenvolvimento de uma metodologia para aplicar em empresas que prestam serviços de travessias, como balsas e outras embarcações. Também desenvolvemos uma parceria com a Marinha do Brasil, em que nossos professores ministram aulas dentro da escola de formação de oficiais, consolidando-se aí uma relação institucional entre a Marinha do Brasil e a Universidade.

Como está montada a estrutura curricular do curso de mestrado em Economia do Mar?
Nosso programa foi pensado inicialmente dentro da perspectiva de Mestrado, de durar dois anos, ou 24 meses. Temos o corpo do curso, que é formado com as disciplinas de Economia, de Pós-graduação em Economia, que são Microeconomia, Macroeconomia, Economia Matemática, Econometria. Dentro das optativas, nós temos as disciplinas de Economia dos Recursos Naturais e Economia Regional também voltada a problemas costeiros, que trabalha muito a parte de desenvolvimento regional sustentável, principalmente com a avaliação de impacto, mais com uma perspectiva de avaliação de impacto via modelos de matriz de insumo-produto e equilíbrio geral computável, com a perspectiva de tentar entender os efeitos de infraestrutura, como mudança na matriz energética, impacto da construção de parques eólicos e infraestrutura no geral, sobre variáveis econômicas e ambientais. Temos, também, uma disciplina voltada à avaliação de impacto de políticas públicas, numa perspectiva econométrica, que é a de Métodos de Avaliação de Políticas Públicas, em que a gente vem fortalecendo a área de aplicação em economias de zonas costeiras e marinhas, e não só na economia do mar em si, mas também em questões como saneamento básico, por exemplo.

De que forma vem sendo avaliado o Curso?
Tivemos uma primeira avaliação do curso em 2017, sobre os anos de 2013, 2014, 2015 e 2016 com nota 3 na CAPES, e agora fomos para uma segunda avaliação, que ainda não sabemos o resultado, sobre o quadriênio de 2017, 2018, 2019 e 2020. Mas estamos muito otimistas com a possibilidade de avançarmos para uma nota 4.

Quais as expectativas?
Nosso programa é jovem e tem uma perspectiva futura bacana, já que está crescendo muito o interesse dos alunos e da mídia, tentando entender como promover um crescimento econômico de maneira sustentável, como explorar de maneira sustentável alguns recursos, principalmente no caso de recursos marinhos, e como abordar melhor as questões climáticas e seus efeitos dentro de uma gestão de economia portuária, por exemplo, que é o que trabalhamos no projeto RiskPorts. Tentar entender quais são os efeitos gerados pelas mudanças climáticas, numa linha de frequência de eventos extremos, e tentar entender estes impactos via custos de transportes portuários, porque isso tem impacto e por que gera aumento de custos e quanto é este curso. Também, além disso, estamos fazendo experimentos para o porto de Rio Grande, porto de Itapoá e porto de São Francisco do Sul, localizados em Santa Catarina.

A quem é dirigido o Curso da Economia do Mar?
É dirigido a qualquer aluno que tenha ensino superior. E nós temos recebido alunos com formação em Matemática, Estatística, Ciências Contábeis e Economia, que são basicamente a nossa matéria prima. Na grande maioria, os nossos egressos estão sendo bem recepcionados pelo mercado de trabalho ou por programas de doutoramento, o que nos deixa muito felizes.

Quais as principais produções acadêmicas do Programa?
Algumas pesquisas de nossos docentes, em especial a Professora Patrízia Raggi Abdallah, já foram publicadas em revistas de grande de relevância científica, como Science, Nature, Ecological Economics e Fisheries Research, dentre outras. Dentre elas, as seguintes:
MACHADO, FÁBIO LUIZ VARGAS ; HALMENSCHLAGER, VINÍCIUS ; ABDALLAH, PATRÍZIA RAGGI ; TEIXEIRA, Gibran da Silva ; SUMAILA, USSIF RASHID . The relation between fishing subsidies and CO2 emissions in the fisheries sector. ECOLOGICAL ECONOMICS , v. 185, p. 107057, 2021.
CARDOSO, LUÍS GUSTAVO ; HAIMOVICI, MANUEL; ABDALLAH, PATRÍZIA RAGGI ; SECCHI, EDUARDO RESENDE ; KINAS, PAUL GERHARD . Prevent bottom trawling in southern Brazil. SCIENCE , v. 372, p. 138-138, 2021.
SUMAILA, U. R. ; WALSH, M. ; HOAREAU, K. ; COX, A. ; TEH, L. ; ABDALLAH, P. R. ; AKPALU, W. ; ANNA, Z. ; BENZAKEN, D. ; CRONA, B. ; FITZGERALD, T. ; HEAPS, L. ; ISSIFU, I. ; KAROUSAKIS, K. ; LANGE, G. M. ; LELAND, A. ; MILLER, D. ; SACK, K. ; SHAHNAZ, D. ; THIELE, T. ; VESTERGAARD, N. ; YAGI, N. ; ZHANG, J. . Financing a sustainable ocean economy. Nature Communications , v. 12, p. 1-11, 2021
SUMAILA, USSIF RASHID ; SKERRITT, D. ; SCHUHBAUER, A. ; VILLASANTE, C.S. ; CISNEROS-MONTEMAYOR, A. M. ; SINAN, H. ; BURNSIDE, D. ; ABDALLAH, P. R. ; ABE, K. ; et al. . WTO must ban harmful fisheries subsidies. SCIENCE , v. 374, p. 544, 2021.
RICCI RODRIGUES, AMANDA ; RAGGI ABDALLAH, PATRÍZIA ; GASALLA, MARIA A. . Cost structure and financial performance of marine commercial fisheries in the South Brazil Bight. FISHERIES RESEARCH , v. 210, p. 162-174, 2019

Clique AQUI para maiores informações