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Casa grande e senzala

Os servidores do Poder Executivo, com exceção dos pertencentes à Segurança Pública, que receberam aumentos no governo anterior, e estendidos até 2018, os demais não foram contemplados nem com a reposição da inflação, ou parte dela, durante o atual governo. E não receberam reajustes porque o governo do Estado não quis conceder? Não. Porque ele recebeu o Estado com um déficit de R$ 5,4 bilhões e com a despesa crescente, por razões que não cabem aqui enumerá-las. Mais do que não conceder reajustes, o governo não consegue pagar a folha em dia aos servidores citados, apesar do ajuste fiscal feito. E a situação só não é muito pior porque, no segundo semestre de 2016, foram zerados os pagamentos da dívida, em decorrência de novo acordo, que, embora favorável ao Estado, só pôde ser cumprido até junho de 2017. A partir de julho de 2017, o Estado, por meio de medida liminar junto ao STF, suspendeu os pagamentos da dívida. Não fosse isso, os atrasos de vencimentos seriam de dois meses ou mais. Precisa agora aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), não que ele seja o melhor dos mundos, mas é a única condição para evitar o colapso total no próximo período governamental. Sem ele, o que implica voltar a pagar a dívida, mesmo renovando as alíquotas do ICMS, o déficit anual supera R$ 6 bilhões, bastando para isso corrigir todas as folhas pela inflação. A nossa Assembleia Legislativa ignorou tudo isso ao não aprovar o plebiscito para a venda de três estatais, condição básica para aderir ao RRF. E, para completar, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou o reajuste da folha dos servidores dos outros Poderes e órgãos especiais, os únicos que vêm recebendo reajustes e os pagamentos em dia. Diante disso, podemos concluir que, no tratamento dos servidores públicos, o estado do Rio Grande do Sul se transformou numa "casa grande e senzala", com a contribuição do nosso Poder Legislativo, na busca do voto fácil ou por desconhecer a verdadeira situação das finanças estaduais.


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