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O economista no século XXI

O progresso técnico e a revolução digital, ao mesmo tempo em que destroem empregos, também os criam. Neste contexto, as universidades precisam estar atentas para que os novos ferramentais sejam incorporados nas suas disciplinas. O curso de Ciências Econômicas é um desses em que mudar é preciso. A prova disso é a proliferação de cursos de Ciência de Dados, um conhecimento que, em tese, deveria ser uma vantagem comparativa do economista.

A Economia é a ciência que estuda escolhas. Para tanto, ela combina teoria com empirismo. Do ponto de vista prático, isso significa que os alicerces de um bom economista devem ser três: teoria da escolha racional, econometria e programação com ênfase em banco de dados. O primeiro dos três é a ideia de que, ao escolher, as pessoas enfrentam dilemas, precisam pesar custos e benefícios e, portanto, respondem a incentivos.

Essa percepção é importante para um “cientista de dados”, pois ele precisa compreender que dados observacionais são resultados de escolhas individuais. Essas escolhas podem estar associadas a características pessoais, as quais podem fazer toda diferença para o problema em questão. Ignorar isso pode nos levar a conclusões erradas através da leitura ingênua de dados como, por exemplo, a de que ir ao hospital faz mal à saúde (afinal, quem foi ao hospital tem, em média, uma saúde pior do que quem nunca foi).

O fato de que o “big data” observado é resultado de escolhas exige uma sofisticação estatística para que ele seja analisado. Entram aí os métodos econométricos que buscam identificar efeitos causais e gerar previsões úteis para tomada de decisão. É aí que o terceiro pilar aparece como fundamental. Noções de programação (Python, Sql etc.) são vitais para que o economista possa trabalhar com grandes bases de dados.

O futuro do economista, contudo, não se esgota aqui. Como a inteligência artificial se integrará no repertório do economista? A discussão é interessante e é por isso que o Conselho Regional de Economia do RS está organizando um evento para discutir esses e outros temas. O V Encontro de Economia ocorrerá no dia 12 de agosto na Assembleia Legislativa. As transformações tecnológicas que estamos vivendo estão modificando o mundo do trabalho e os economistas não podem se abster desse debate.


Guilherme Stein, presidente do Conselho Regional de Economia do RS