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Contribuição da indústria para a economia

O setor industrial surgiu no Brasil no fim do século 17, ou seja, é uma das atividades mais antigas da economia moderna e se mantém até hoje como um dos destaques da economia do país. As indústrias, onde quer que estejam instaladas, promovem o desenvolvimento por meio da geração de empregos, impostos, transformando matérias-primas em produtos comercializáveis. É dinheiro novo que ingressa na economia por meio da força humana, energia ou máquinas. Tudo que transforma é considerado indústria, como no caso das mineradoras, madeireiras, petrolíferas, metalúrgicas, indústrias de bens intermediários que produzem papel e celulose, produtos químicos, borrachas, plásticos, componentes elétricos e eletrônicos, indústrias de bens de consumo duráveis, automóveis, móveis e tantos outros.

O país detém, hoje, mais de 18 milhões de empresas em atividade, sendo 1,3 milhão com atuação voltada para a indústria. A importância do setor pode ser constatada pela contribuição de 22% do PIB nacional, 49% das exportações, 20% de participação na geração de empregos formais, 32% dos tributos federais, além da contribuição de R$ 1,3 trilhão para a economia brasileira. As informações são oriundas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Portal da Indústria. Afirma-se, com certa convicção que a cada R$ 1 produzido na indústria, são gerados R$ 2,40 para a economia do país. O maior centro industrial do país é o estado de São Paulo, que conta com mais de 300 mil indústrias ativas.

O município de Pelotas carece de um parque industrial ativo e diversificado. Como a economia pelotense está alicerçada basicamente no comércio e serviços, a injeção de dinheiro novo não é representativa quando comparada à Serra Gaúcha e outros municípios como Triunfo e Gravataí, que apresentam desenvolvimento destacado no setor industrial do Estado. Dados disponíveis apontam que o setor industrial de Pelotas representa apenas 9,9% do PIB municipal. Enquanto os setores de comércio e serviços somavam, em 2020, 79,5% dos empregos celetistas (30,6% no comércio e 48% no setor de serviços), a indústria, a construção civil e a agropecuária somavam, respectivamente, 13,9%, 5% e 1,6% dos empregos formais celetistas.

É incompreensível que Pelotas não consiga atrair indústrias que produzam para o mercado interno ou para a exportação. A posição estratégica da cidade em relação ao Porto de Rio Grande e ao Mercosul é um dos fatores que poucas cidades possuem. Além do mais, a cidade tem outras condições favoráveis como espaço para a instalação, água potável em abundância, energia adequada, mão de obra qualificada formada pelos vários cursos superiores e profissionalizantes, facilidades de acesso à capital com a duplicação quase completa da BR-116, cidade plana, o que favorece a circulação interna. Enfim, o que estará faltando para que a cidade se transforme num grande polo industrial da Metade Sul?

Não há dúvida de que o desenvolvimento da atividade industrial em uma região é acompanhado por mudanças sociais, não são apenas as unidades fabris que refletem no ambiente ao seu redor, pois elas também são afetadas por fatores locacionais. Isso significa que a atividade industrial pode ser impactada em razão de características do local em que se encontra. Isso faz com que a decisão do local de instalação de uma organização fabril seja acompanhada e embasada em diversos estudos sobre fatores importantes relacionados ao lugar que possa influenciar a sua atividade. Entretanto Pelotas tem quase tudo que os empresários buscam para instalar seus empreendimentos. Talvez o principal deles seja os "incentivos" para chegar até aqui, seja no aspecto motivação ou, principalmente, no aspecto fiscal. Quem sabe um dia possa enaltecer a importância da indústria para a economia pelotense.

Artigo de autoria do conselheiro do Corecon-RS e diretor da Associação Comercial de Pelotas (ACP), economista João Carlos Medeiros Madail, publicado no Diário Popular de Pelotas, edição do dia 22/09/22.