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Os 50 anos do Modelo de Grossman

Em 2022 comemoramos os 50 anos da publicação do modelo seminal sobre a demanda por saúde formulado por Michael Grossman em artigo intitulado “On the Concept of Health Capital and the Demand for Health”. O artigo se constitui em um dos mais importantes, influentes e elegantes estudos, em termos teóricos, com várias implicações relativas às políticas públicas na área de Economia da Saúde.

O modelo desenvolvido por Grossman durante seu doutorado na Universidade de Columbia foi fortemente influenciado pelos trabalhos de seu orientador, Gary Becker (futuro ganhador do Prêmio Nobel de Economia, 1992), referentes à importância da família na produção de bens e do conceito de capital humano. Na realidade, foi Gary Becker que lhe sugeriu o tema de seu futuro trabalho. Mas, como às vezes acontece durante as orientações de mestrado e doutorado, Becker o encorajou e estimulou que ampliasse a pesquisa de sua tese para uma análise do ponto de vista tanto teórico como empírico sobre a demanda por saúde. Surge, assim, um dos mais importantes e seminais trabalhos sobre Economia da Saúde.

No modelo de Grossman, como veremos com mais detalhes a seguir, os indivíduos, em alguma medida, escolhem seus níveis de saúde tal como escolhem seu nível de consumo por outras mercadorias, sendo que variáveis como idade e escolaridade afetam a demanda por saúde e determinam o seu “preço”. Quando ele, de modo realista, passa a tratar da produção da saúde, é assumido que os cuidados médicos são um dos insumos usados na nessa produção, mas não o único. Ele questiona os fatores que poderiam afetar a eficiência e pelos quais os indivíduos e famílias produzem saúde e apresenta evidências, indicando que, por exemplo, a escolaridade poderia ser um desses fatores.

A inovação teórica introduzida pelo modelo de Grossman foi a de tratar a saúde como um processo de produção conjunta no qual são requeridos a contribuição dos indivíduos, por meio de seu tempo, e o consumo de bens ou serviços apropriados, denominados cuidados médicos (medicamentos, exames, procedimentos médicos, de enfermagem, de nutricionistas, profissionais de educação física, dentistas, farmacêuticos, etc.). Segundo ele, os cuidados médicos são um produto intermediário, um fator produtivo adquirido pelos indivíduos no mercado para produzir saúde. O outro fator produtivo essencial é o tempo dedicado pelo indivíduo a essa produção de saúde (em cuidados com alimentação e dieta equilibrada, exercícios físicos, sono, saúde mental, consumo de álcool e fumo, entre outras).

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Artigo de autoria do professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, economista Giácomo Balbinotto Neto, publicado no Jornal da UFRGS.