Izete fotoIzete Pengo Bagolin
Economista, professora da PUCRS,
Bolsista de Produtividade em Pesquisa CNPQ
Corecon-RS N° 7597

 

O Rio Grande do Sul corre algum risco de perder a quarta posição no ranking nacional?
Sim. Os investimentos e negócios existentes no Rio Grande do Sul vêm perdendo dinamismo, e o ambiente atual não tem se mostrado atrativo para novos investimentos. Em função disso, o estado está ameaçado de perder a quarta posição para o estado do Paraná em futuro bem próximo.

O que falta acontecer para que essa tendência se reverta?
Falta o estado conseguir, aos poucos, ir enfrentando seus desafios e retomar o rumo do desenvolvimento. Diante da atual conjuntura do estado não é prioridade focar na posição comparativa com o Paraná ou qualquer outro estado. A prioridade é retomar a capacidade do estado de cumprir seu papel de garantir serviços públicos de qualidade como segurança, educação e saúde e viabilizar um ambiente adequado para atrair investimentos.

Qual a estrutura atual da economia gaúcha?
Apesar de ser um estado conhecido pela importância da agropecuária, este é o setor que possui a menor participação no valor adicionado bruto (VAB) do estado. O Setor de serviços é o que apresenta maior participação no VAB e também o que possuí maior número de pessoas ocupadas.

O RS está no caminho certo para a solução das finanças públicas?
Ainda é prematuro afirmar se o estado está ou não no caminho certo, pois não é evidente que o caminho tenha sido encontrado. O que é possível perceber é que existe um esforço para encontrar saídas e uma maior conscientização sobre essa necessidade e urgência.

Que tipo de cenário aguarda as três economias do sul do país para os próximos anos?
Certamente um cenário de desafios e de oportunidades, que exigirá muita maturidade, competência e capacidade de tomar decisões, tanto dos gestores públicos quanto dos empreendedores. Certamente, os desafios do Rio Grande do Sul são maiores, uma vez que, além de retomar as atividades que arrefeceram em função da crise nacional, precisa também continuar buscando soluções para as crises internas (das finanças, da segurança e da infraestrutura).