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Taxa de juros e composição

bruno

 

Bruno Paim

Economista, pesquisador da FEE
Corecon-RS Nº 7715

 


Qual a importância da taxa de juros para a economia?
A taxa básica de juros é o principal instrumento utilizado pelos bancos centrais para tentar controlar a inflação. No Brasil, a taxa é determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e operacionalizada por meio do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Por isso é chamada de Taxa Selic. Como estabelece a remuneração dos títulos públicos, ativos de menor risco no mercado nacional, a taxa também serve como base para os demais ativos, por isso também é denominada de taxa básica de juros.

Como se dá a relação entre a taxa básica e os demais ativos?
Apesar de normalmente se divulgar a taxa nominal, as pessoas e empresas costumam tomar decisões descontando a inflação para obter a taxa real de juros. Nesse sentido, cabem ao menos duas formas de cálculo para diferentes objetivos. Uma forma de cálculo é a taxa esperada de juros, obtida por meio da taxa de juros esperada para o próximo ano, descontada a expectativa de inflação para o mesmo período. Essa taxa real esperada é considerada importante para guiar os incentivos dos agentes privados na alocação de recursos, uma vez que aponta qual será a remuneração real dos títulos indexados pela Selic no curto prazo. Dessa forma, ela serve como uma base de comparação para as pessoas decidirem onde alocar seu dinheiro.

E a outra forma de cálculo?
Deve-se também acompanhar a taxa efetiva de juros, que representa de fato qual foi o rendimento real da taxa Selic. É calculada com base no acumulado da Selic em 12 meses passados, descontada a inflação no mesmo período. Como é referência para outras taxas, serve também para se aferir a base de remuneração do restante da economia.

Como acontece a relação entre essas taxas?
Ao fim de agosto de 2017, a meta Selic estava em 8,25% ao ano. A taxa efetivamente proporcionada nos 12 meses anteriores era de 9,6% a.a., enquanto que a taxa esperada para este momento era de 7,8% a.a.. Ou seja, se descontarmos a inflação no período, as decisões do BC fizeram com que o rendimento dos títulos públicos superasse até a expectativa do mercado. Parte desta diferença deve-se à queda acelerada da inflação que atualmente se encontra abaixo do limite inferior da meta. Outra parte deve-se aos próprios modelos utilizados pelo BC para projetar a taxa de juros. Uma das variáveis considerada é a expectativa de crescimento econômico, que, em agosto de 2016, previa um aumento de 1,3% para 2017. Ao longo deste ano, ficou claro que este crescimento não se realizaria. De qualquer modo, o aparente retorno da confiança naquele momento prejudicou uma queda mais acelerada da taxa de juros, o que acabou a elevando em termos reais.

E qual a taxa esperada para o próximo ano?
Para setembro de 2018, espera-se que a taxa real de juros esteja em cerca de 3% a.a.. Este é um nível baixo para os padrões brasileiros, reconhecido internacionalmente por mantê-la em níveis elevados. Contudo, o presidente do Banco Central costuma utilizar o argumento de que a taxa esperada está abaixo da taxa de juros estrutural, e, com isso, ele estaria incentivando a retomada da atividade econômica. A taxa estrutural de juros, por sua vez, é uma referência teórica a uma possível taxa que equilibraria o crescimento da economia ao produto potencial, ou seja, aquele que maximizaria a utilização dos recursos sem acelerar a inflação. Há diversos questionamentos, não só sobre como se mede esta taxa estrutural, mas também quanto a sua existência. O próprio presidente reconhece que estimativas para ela “necessariamente envolvem julgamento”. Nesse sentido, deve-se reconhecer que até mesmo as decisões do BC, normalmente tidas como altamente técnicas e neutras a questões de interpretação, estão sujeitas à subjetividade inerente a qualquer decisão de política.

Quais os reflexos dessas decisões sobre a população em geral?
As taxas de juros cobradas pelos bancos comerciais também usam como referência a Taxa Selic, pois ela representa igualmente um custo de captação. Contudo, essa relação não é direta nem automática. No último ciclo de aumento da taxa básica, elevou-se de 7,25% a.a. em março de 2013 para 14,25% em julho de 2015, onde se manteve por 15 meses consecutivos. Se observarmos o comportamento da taxa de juros cobrada das pessoas físicas para tomada de crédito com recursos livres do início ao fim deste período, ela partiu de cerca de 40% a.a. para 74%, uma elevação de 34 pontos percentuais. Já no ciclo recente de queda da taxa de juros, iniciada em outubro de 2016, que a trouxe para 9,25% em agosto deste ano (atualmente está em 8,25%), a taxa de juros ao consumidor caiu apenas 12 pontos percentuais. Ou seja, apenas parcela da queda recente da taxa Selic chegou ao consumidor.

E como explicar esta diferença no repasse?
De modo simplificado, podemos dizer que os bancos comerciais adicionam uma margem sobre a taxa de captação para formar a taxa ao consumidor, o spread bancário. Na periodização anteriormente utilizada, o spread saiu de 31,7 pontos percentuais para 61,5 pontos percentuais ao fim do ciclo de alta, e depois caiu a 53,3 pontos percentuais. Como se pode perceber, há uma assimetria nos repasses das variações positivas e negativas, taxa básica de juros para as taxas efetivamente cobradas do consumidor. Outros elementos compõem o spread, como o comportamento da inadimplência, a administração do compulsório, impostos e os lucros bancários. Uma breve avaliação desses fatores referentes à modalidade de crédito anteriormente citada mostra que houve variação na inadimplência, mas que atualmente ela encontra-se em queda e em nível inferior aquele de março de 2013. Além disso, não houve alteração recente nos compulsórios ou nos impostos. Quanto aos lucros, o primeiro semestre trouxe lucros ao setor, mesmo em meio a uma das maiores crises da economia brasileira. Além disso, é necessário reconhecer que a mudança recente da gestão dos bancos públicos pode ter alterado as forças concorrenciais no setor, reconhecidamente concentrado.