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Fragilidade financeira e vulnerabilidade externa

felipe rezendeFelipe Rezende
Associate Professor of Economics and Finance Diretor, Economics and Finance Program Bard College – NY/USA

Como o senhor está vendo o comportamento da economia brasileira?
Tenho tido um foco especial para o comportamento do setor privado brasileiro nos últimos 10 anos. E, a partir desse momento, não tenho focado apenas o setor privado, mas também para seus entornos, que foram gerados por esses ativos. Ou seja, para cada dívida que se assume, tem-se que ser capaz de gerar os compromissos financeiros, além de um retorno para o investidor. Se, por um lado, tem-se um endividamento muito forte, por outro há uma queda muito forte também dos lucros da economia brasileira e da rentabilidade dessas empresas. Todo esse contexto acabou criando um cenário muito forte para uma reversão dessas expectativas porque se tinha um setor privado extremamente alavancado, endividado, e, de outro lado, os seus retornos caindo de forma muito rápida.

Foi um ajuste da economia?
Foi um processo, um ajuste, que terminou em 2014, quando o setor privado finalmente entrou na fase chamada de desalavancagem, quando se tentou diminuir o endividamento cortando gastos. No caso das empresas não financeiras, uma das principais variáveis nos gastos são os investimentos, que tiveram queda por 10 trimestres consecutivos, ou para a economia como um todo. E o ajuste começa aí. Essa recessão começou em 2014 e foi agravada em 2015 com o ajuste fiscal e com o choque de juros que foi dado. Isso aprofundou a recessão.

E agora, existe clima de retomada ou alivio para o setor privado?
Não, muito pouco provável. Por um lado, tem-se o endividamento, que continua elevado, com o retorno sobre os ativos reais ainda muito baixos, somado a um desemprego elevadíssimo, apesar de o consumo ter tido uma pequena alta no último trimestre. Isso se sustenta porque grande parte desse resultado aconteceu em função do FGTS, que não é um recurso que vai permanecer na economia. Do lado privado, os investimentos não acontecem porque as empresas estão endividadas, do lado do governo porque existe o congelamento dos gastos que não permite mais esse tipo de política, de investimentos, e do setor externo também não há perspectivas de vir. Em outras palavras, inexiste um motor de crescimento para a economia brasileira. Pelo contrário, esses canais hoje estão desligados. O presidente do Banco Central falou recentemente que o consumo vem liderando esse processo. Mas é muito pouco provável que aconteça face ao desemprego elevado da economia.

As medidas de redução de juros não são suficientes para alavancar a economia?
Ela vem tardia. A queda de juros não é suficiente. Ela era necessária há dois ou três anos atrás. Quando o processo está alavancado, a despesa financeira fica elevada com os juros altos. Então seria necessária uma queda mais forte, que já está atrasada. Evidente que essa queda causa um alívio, principalmente às despesas financeiras, com a redução da conta de juros. Mas isso parcialmente ajuda na questão dos gastos financeiros. A política monetária não consegue atuar na elevação dos retornos esperados, que é justamente o que mais se precisa. Daí, o otimismo exagerado do governo. Apesar da toda narrativa que ele tem, esse cenário não vem se materializando. Pelo contrário, os cenários que tracei vêm se materializando para a economia brasileira, a cada mês que passa ficam mais fortes.

Qual a saída?
A saída seria um corte mais forte dos juros, embora o Banco Central já tenha sinalizado que o ritmo dessa queda irá diminuir. Deveria ter sido feito um corte mais agressivo dos juros. A inflação já está abaixo da meta, enfim, com indicadores de mercado, como o IGPM, mostrando deflação nos últimos 12 meses. O BC tinha espaço para um corte mais agressivo dos juros, que é compatível com o estado da economia brasileira, com a inflação, e isso não foi feito. Deveria ter acontecido isso e, por outro lado, ter sido usado a política fiscal com investimento público em infraestrutura. O governo deveria ter tido uma agenda muito forte numa parceria com o setor privado também, mas com o setor público investindo maciçamente, cerca de dois ou três por cento do PIB em infraestrutura. No momento político atual isso é extremamente inviável, já que não se tem qualquer arcabouço jurídico institucional que permita fazer isso.