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O mercado de capitais e a turbulência


jose junior

José Junior de Oliveira
Economista, analista de Mercado de Capitais, presidente da Apimec-Sul
Corecon/RS Nº 5500

Como está o cenário de mercado de capitais nesse contexto de turbulência política que vive o País?
Acredito que o mercado ainda não tenha conseguido, neste momento, desmembrar a economia da política. Ele está tentando dissociar, mas é um cenário muito complicado. Infelizmente, a política está dando o norte para a economia. Ou seja, se o governo conseguir passar alguma reforma, como, por exemplo, a da previdência, que envolve problemas estruturais que o país precisa superar, vai melhorar a expectativa. Apesar de tudo isso, o investidor ainda está avesso ao risco. Para melhorar a confiança e o mercado deslanchar, precisa ter um cenário político mais claro. Tudo isso ainda está muito nebuloso no Brasil.

Como se explica o fato de o investidor estrangeiro ter uma visão mais positiva da conjuntura econômica brasileira?
É porque o investidor estrangeiro olha o mercado brasileiro numa perspectiva de longo prazo. Ele entende que essa crise será ultrapassada e vê oportunidades adiante disso, que nós, infelizmente, ainda não conseguimos ver.

Por que isso acontece?
É que os investidores domésticos têm uma visão mais de curto prazo. O investidor brasileiro quer liquidez e garantia no curto prazo. Isso é muito difícil em investimentos, pois, no mercado de capitais principalmente, o resultado vem a longo prazo, e quando se trata de investimentos, existem riscos inerentes que devem ser administrados. Já o investidor estrangeiro não tem essa visão imediatista. Ele aceita correr esse risco e passar um tempo esperando ou aguardar o tempo necessário de maturação do investimento, desde que o retorno seja atrativo, e ter um resultado maior. Os brasileiros, não querem risco, querem liquidez e retorno rápido.

Qual a composição de investimentos em bolsa de valores existente no mercado brasileiro?
Atualmente, do total dos recursos em bolsa, 50% são oriundos de investidores estrangeiros, 17% de pessoas físicas, 25% institucional e o restante são fundos de instituições financeiras, empresas e outros.

Com que olhos são vistos os imensos gargalos existentes no Brasil, especialmente na área de infraestrutura?
Ao contrário do investidor brasileiro, o investidor estrangeiro consegue vislumbrar isso e tem a paciência para ficar 10 ou 15 anos esperando o retorno, já que investimento em infraestrutura requer tempo para a contra partida. Os estrangeiros estão investindo na área de energia e infraestrutura. Mas o volume de recursos tende a se intensificar quando o cenário para o Brasil se tornar mais previsível. Existem muitos gargalos que o país precisa superar para reduzir custos e melhorar a eficiência da economia. Quem investir nessa área certamente obterá ótimas oportunidades e bons retornos.

Onde o investidor brasileiro prefere colocar seus recursos?
No mercado financeiro, principalmente através de títulos de renda fixa (CDBs de bancos), títulos do governo via Tesouro Direto e muitos, ainda, em caderneta de poupança. Esta última tem rentabilidade um pouco menor, mas o investidor prefere a segurança. Uma minoria investe em mercado de capitais, como ações.

Isso é uma característica cultural?
Em grande medida sim. Talvez devido ao fato de o Brasil ter convivido por muitos anos com inflação elevada e com juros estratosféricos. O investidor acostumou-se a investir seus recursos com taxas elevadas, e o governo corrobora com isso quando paga taxas altas pelos títulos de sua dívida, devido a problemas fiscais que não resolve. Isso, de preparar o investidor para situações de maior risco e que vão trazer maior retorno lá na frente é uma questão de cultura e de cenário. Conforme já falamos, o mercado de capitais tem risco embutido pela sua característica. Não tem como fugir disso. Em finanças, um conceito básico é que para obter maior retorno, o investidor terá que se expor à maior risco. Como o investidor não quer risco, vai para a renda fixa, empresta dinheiro para o governo ou coloca na caderneta de poupança, ganha uma taxa alta e, teoricamente, não corre risco, e o país não investe no setor produtivo.

Se passar algum tipo de reforma esse cenário pode mudar?
Vai depender de como esse governo vai conseguir passar todo esse processo de denúncias envolvendo desde o presidente da república até sua base de sustentação. É um governo turbulento, com um grande número de ministros envolvidos em denúncias, e isso complica o cenário, mesmo para conseguir aprovar reformas que são necessárias e essenciais para o país voltar a crescer e gerar empregos. As reformas propostas, talvez serão aprovadas, mas não da forma que se esperava. Isso poderá trazer certa estabilidade e melhorar as expectativas para a economia, mas está difícil fazer qualquer previsão. Infelizmente, estamos em um momento de instabilidade política no país, que deverá se estender, no mínimo, até o próximo ano. O resultado dessa incerteza é a aversão ao risco por parte dos investidores, principalmente, para investimentos diretos.

E a equipe econômica?
A equipe econômica é o que tem de mais positivo em todo esse contexto. Está trabalhando sério, tentando melhorar o cenário. Tentando fazer com que o mercado acredite que as reformas estruturais e econômicas vão acontecer e gerar estabilidade para o governo conter o déficit nas contas públicas e retomar o caminho do crescimento. Aliás, o que tem de mais crível no governo atualmente é a equipe econômica.

Como empresas envolvidas nos escândalos, como a Petrobras, estão sendo vistas pelo mercado?
A Petrobras está sendo reestruturada e, seguindo nessa linha, vai melhorar. Está vendendo ativos que não davam resultados em um grande processo de desinvestimento e dedicando sua atenção onde tem expertise. Certamente, voltará a ser uma empresa que proporcionará bons retornos a seus acionistas.

Como o mercado vê as mudanças no BNDES?
É muito importante para o mercado que o BNDES tenha linhas de crédito para incentivar o investimento, com taxas de juros competitivas, principalmente nas áreas em que o país é mais carente, como infraestrutura, e para pequenas e médias empresas, que são geradoras de emprego e precisam de crédito. O que não é aceitável é o governo, via Tesouro Nacional, emita dívida a um custo elevado e repasse recursos para o BNDES emprestar a uma taxa de juros menor. Quem paga a conta? Isso só agrava a situação fiscal do país e não proporciona resultado prático para a economia. O BNDES precisa desconcentrar suas linhas de crédito, escolher projetos rentáveis e com critérios técnicos.