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Analista de Planejamento e Performance III
 
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Economia brasileira em 2017: retomada lenta e gradual

 

christian kuhn

 

Christian Velloso Kuhn
Corecon-RS Nº 6291
Economista, professor da Fadergs

 

O que se pode esperar da economia brasileira para este ano de 2017?
Em virtude da base deprimida com a recessão de 2015-2016, espera-se naturalmente um ligeiro crescimento do PIB em 2017. Todavia, como a queda foi bastante acentuada no último biênio, essa recuperação será aquém da necessária. Desde o pós-guerra, o Brasil apresentou fortes recessões em três períodos: 1981-1983 (com queda acumulada de 6,28% do PIB), 1990-92 (3,81% de diminuição no período) e, agora, desde 2015 (se considerarmos a variação esperada para o triênio 2014-2016, a retração acumulada deve atingir algo em torno de 7,06%). Segundo o Boletim Focus de 23/12/2016, as expectativas do mercado são de uma variação negativa de 3,49% do PIB em 2016 e um baixo crescimento, de apenas 0,50%, em 2017. Ou seja, para que o PIB retorne ao patamar que se encontrava em 2014, necessitar-se-ia de um forte crescimento econômico de 7,07% em 2018, nível que não ocorre desde 2010. Devido a esse cenário, a projeção para a inflação desse ano é que o IPCA fique próximo do teto da meta de inflação, enquanto que, em 2017, deve se situar em torno do centro (previsão de 4,6%). Portanto, a expectativa para 2017 é de início de uma recuperação econômica que requisitará ainda mais dois ou três anos para reverter a recessão de 2015-2016, salvo ocorra algum black swan (cisne negro), como foi o inesperado impeachment da presidente Dilma nesse ano. Dado o nível de instabilidade política que o país se encontra, mesmo depois de Temer assumir a presidência, essa é uma hipótese que não pode ser descartada. Também é importante acompanhar os desdobramentos da Operação Lava-Jato, pois com as acusações recaindo sobre a Odebrecht, o setor privado pode se sentir ainda mais acuado para a realização de novos investimentos.

A partir de quando começaremos a perceber alguma alteração positiva?
Se considerarmos o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) como indicador antecedente da atividade econômica, percebe-se que o último índice publicado de apenas 132,31 em outubro/2016 indica que, no primeiro trimestre de 2017, ainda não deve se esperar variações significativas. Se o cotejarmos ao mesmo período de anos anteriores, segue abaixo de outubro de 2014 (144,80) e mesmo de outubro de 2015 (137,65). De acordo com análise do Banco Bradesco, em 13/12/2016, a expectativa é de melhor recuperação no segundo semestre de 2017, quando o emprego também deve acompanhar essa trajetória. Até lá, estima-se que o desemprego pode inclusive aumentar ainda mais.

Que setores deverão manifestar antes alguma recuperação?
Há perspectiva mais animadora no setor agropecuário, com a estimativa de crescimento da safra em 13,9%, contribuindo não somente para elevar o nível do produto como também reduzindo os preços para o consumidor. Como o Nível de Uso da Capacidade Instalada (NUCI) da Indústria, segundo a FGV, segue em torno de 73% (ante 81% da média histórica), dificilmente este setor elevará tão cedo a demanda por bens de capital, deprimindo ou estagnando a formação bruta de capital fixo (FBCF), ao menos até o primeiro semestre do ano. Por outro lado, analisando os segmentos da indústria, a produção de automóveis registrou elevada recuperação em novembro, aumentando 25,8% em relação ao mês anterior. Os estoques da indústria vêm reduzindo, o que pode corroborar para a retomada da produção.

O setor de serviços deve acompanhar essa tendência?
O setor de serviços registra queda de 5% no acumulado de 12 meses em outubro, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, se mantendo em igual patamar nos últimos seis períodos. Com o agravo do desemprego, dificilmente as compras do último natal e ano novo, bem como as despesas em turismo no primeiro trimestre de 2017, serão consideravelmente superiores a igual período do ano corrente.

A aprovação da reforma da Previdência poderá otimizar essa recuperação?
Creio que seja o contrário. Apesar da contrapartida positiva de uma possível melhora nas contas da previdência, com o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição, exigirá das pessoas mais tempo atuando no mercado de trabalho, o que por sua vez requisitará mais oportunidades e vagas de emprego. Ou seja, elevará a População Economicamente Ativa (PEA), e portanto, sem aumento na demanda por trabalho, a tendência será de elevação das taxas de desemprego no longo prazo. A política econômica do governo está totalmente equivocada e contraditória dado o atual cenário. Num ambiente fortemente recessivo, ao invés de estimular a demanda agregada, o foco tem se restringido no combate ao déficit público somente por meio dos gastos correntes.

Outras medidas anunciadas, como a PEC 55, não serão eficientes?
A PEC 55 não só vai restringir os valores gastos em política social, como também deve conter licitações e a compras do governo junto ao setor privado. Isso porque os gastos serão corrigidos pelo IPCA, enquanto a variação nominal do PIB é dada pela soma do crescimento real e o deflator implícito. Os gastos do governo aumentarão menos que o PIB nominal, logo, a tendência no longo prazo será de queda na sua participação no PIB em termos nominais e reais, perdendo um importante elemento da demanda agregada, sobretudo em épocas de crise. Para se ter ideia, se considerarmos os valores do PIB e gastos do governo no período 1996-2015 e aplicarmos as regras da PEC, os gastos públicos que sempre oscilaram sua participação entre 18,5-20% do PIB, teriam caído para algo em torno de 10%, e seu valor seria menos de 50% do que é atualmente. Tudo o mais constante, o PIB seria 10% inferior ao seu patamar de hoje. Finalmente, a recente medida microeconômica de permitir preços diferenciados conforme a condição de pagamento tende a provocar mais inflação, já que dificilmente o setor privado ajustará para baixo os preços dos produtos e serviços pagos em moeda corrente, sem falar no impacto de aumento da demanda por moeda que pode vir a repercutir com efeitos inflacionários.

O que o empresariado brasileiro está esperando para investir?
Creio que, sobretudo, uma normalização do cenário institucional e político e uma política econômica menos titubeante e mais expansionista por parte do governo federal. Num ambiente de elevado nível de incerteza, é natural que os empresários assumam uma posição bearish no mercado. Essa retração é recrudescida com os efeitos da Operação Lava-Jato, conduzindo para a prisão não somente políticos corruptos, mas também os corruptores do setor privado. Por causa disso, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela FGV, que se elevou significativamente no segundo trimestre de 2016, vem desde agosto se mantendo constante, porém, situado no campo considerado pessimista (índice abaixo de 100). Na prévia para dezembro, esse indicador deve cair ainda 2,9 pontos percentuais, o que denota piora recente no nível de confiança do empresariado. Ainda assim, o ICI terá aumentado 11,2% em 2016, destacando a melhora no componente de expectativas (IE), que cresceu 13,3% durante o ano. E o Índice de Confiança de Serviços (ICS), também da FGV, vem acompanhando essa trajetória. Provavelmente, muitos empresários devem estar reavaliando suas negociações com o setor público, que também está mais cauteloso nas suas compras junto ao setor privado. Sem o estabelecimento da confiança nessas relações, bem como nas perspectivas futuras da economia, não haverá saída dessa armadilha provocada pelo círculo vicioso da atual recessão.

Que tipo de impactos pode se esperar na economia brasileira com a chegada de Trump ao governo dos EUA?
A julgar pelo seu discurso, Trump simboliza a ressurreição do conservadorismo, o que emergiu desde o Brexit definido pelo Reino Unido, e vem aparecendo nas eleições francesas e na Itália. O novo presidente estadunidense já anunciou que romperá com a Parceria Transpacífica (TPP), acordo com 12 países que representam 40% do PIB mundial, e igualmente, uma revisão do NAFTA. Caso se confirme a adoção de medidas protecionistas, perder-se-á mais um estímulo da demanda agregada para o país, algo que precisará ser compensado mediante estreitamento das relações com outros parceiros comerciais (não seria a China, que vem demonstrando um ritmo de crescimento menos acelerado), ou ainda com incentivos à demanda interna, nesse caso, exigindo uma revisão da atual política econômica do governo. Por outro lado, caso Trump realmente consiga promover um programa de ampliação de infraestrutura incentivará a indústria siderúrgica nos EUA, beneficiando tanto as empresas brasileiras instaladas naquele país, como também a demanda por minérios de ferro, o que pode crescer nossas exportações desse artigo.