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80 Anos da Teoria Geral de Keynes

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Fernando Ferrari Filho

Economista, conselheiro Corecon/RS, professor da UFRGS
Corecon/RS Nº 5048

 

Em 2016 a Teoria Geral do Emprego, do Juros e da Moeda, de John Maynard Keynes completa 80 anos. Qual é relevância da referida obra?
O projeto de Keynes na referida obra consiste em, por um lado, apresentar o modus operandi de uma economia monetária da produção inerentemente instável e, por outro lado, propor medidas econômicas que mitiguem as flutuações cíclicas dos níveis de produto e de emprego. Nesse sentido, a "revolução keynesiana" na Teoria Geral é constituída, em termos teóricos, pelo princípio da demanda efetiva e, em termos práticos, da proposição da política fiscal, concomitantemente com a política monetária, como instrumento contracíclico.

Por que, para Keynes, economias monetárias são inerentemente instáveis?
Devido à instabilidade do investimento. Investimento, para Keynes, é uma variável autônoma e está relacionada às suas expectativas de taxa de retorno (lucro esperado), à taxa monetária de juros (custo oportunidade) e à oferta de crédito do sistema bancário. A ideia de Keynes é que, em um contexto de incerteza fundamental, em que o futuro econômico é completamente incerto, os agentes econômicos (empresários) postergam decisões de gastos e, portanto, preferem liquidez. Assim, não havendo investimento, não há geração de renda e de emprego.

De que maneira Keynes propõe medidas econômicas para mitigar as crises de insuficiência de investimento e de desemprego?
No capítulo 24 da Teoria Geral ele propõe, pelo menos, três medidas para dinamizar a economia em um contexto de crise de desemprego: "socialização do investimento", ou seja, o governo, através de sua função reguladora e estabilizadora, tem que criar, via políticas econômicas e reformas estrutural-institucionais, um ambiente institucional favorável à tomada de decisão dos investimentos privados; "eutanásia do rentier", isto é, a autoridade monetária tem que sinalizar uma taxa neutra de juros que incentive o investimento privado e desincentive a demanda por riqueza financeira; e política tributária progressiva, seja como instrumento distributivo de renda, seja como mecanismo de transferência para programas sociais.

Qual é a importância da Teoria Geral no contexto atual?
A Teoria Geral é fundamental para entendermos a dinâmica da globalização financeira e, mais ainda, para analisarmos as origens e os desdobramentos da recente crise financeira internacional, iniciada com o subprime, e da "grande recessão". Por outro lado, após a referida crise, a economia mundial não entrou em uma depressão profunda devido às políticas monetária (quantitative easing) e fiscal contracíclicas implementadas tanto em países desenvolvidos quanto em países emergentes.

No seu ponto de vista, o que falta para o Brasil atingir essas metas keynesianas e reencontrar o crescimento econômico?
O que falta ao Brasil é um projeto de longo prazo no qual, parafraseando Keynes, prevaleçam os interesses coletivos e não os individuais. Em termos econômicos, um projeto keynesiano para o País passa pela sinergia entre Estado, Mercado e Instituições, coordenação das políticas monetária, fiscal e cambial e reformas estrutural-institucionais.

Como foi o seu contato com a Teoria Geral e como ela o impressionou?
Li, pela primeira vez, alguns capítulos da Teoria Geral em meu curso de graduação na UERJ, no final dos anos 1970. Na ocasião, confesso que a obra de Keynes não me impressionou. Somente em meu doutorado na USP, na metade dos anos 1980, a leitura da Teoria Geral foi mais profunda e analítica. Todavia, meus conhecimentos sobre a Teoria Geral e outras obras de Keynes foram consolidados quando de meu período sabático com o professor Paul Davidson, da University of Tennessee, Estados Unidos, nos anos 1995 e 1996. Desde então, tornei-me um keynesiano incondicional.