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Vagas para Economistas

Analista de Planejamento e Performance III
 
LOJAS RENNER
Inscrições internas até 15/04

DESCRIÇÃO DA VAGA
Estamos buscando uma pessoa Analista de Planejamento e Performance para compor o nosso time.

REQUISITOS E QUALIFICAÇÕES
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  • Capacidade analítica e de resolução de problemas;
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  • Domínio de Excel e Power point;
  • Familiaridade com Power BI.
 

O impacto chinês no mercado brasileiro: seria a crise mundial?

julcemar geral2

 

Julcemar Bruno Zilli
Economista
Corecon/RS nº 7452

 

O que está acontecendo com a economia chinesa? Trata-se de uma bolha?
O crescimento apresentado pela China nos últimos 10 anos foi sempre superior a 10% ao ano, indicando que, em média, de 10 em 10 anos sua economia teria capacidade de dobrar de tamanho. Entretanto, em 2015 o avanço econômico chinês foi da ordem de 7% ao ano, abaixo do esperado, sendo a menor taxa anual para o país em 25 anos. Os ganhos observados com Produto Interno Bruto (PIB) chinês fizeram com que os governantes buscassem mudanças no perfil de sua economia, tentando passar de um modelo exportador para uma economia voltada ao consumo interno. Isso tudo foi possível porque o Banco Central da China se comprometeu a apoiar o crescimento sustentável do país e passou a limitar investimentos do exterior. As exportações, que apoiavam a economia chinesa, passaram a cair e o governo precisou desvalorizar o Yuan. Diante do menor crescimento verificado na China, a procura por commodities, como o petróleo, minério de ferro, soja, açúcar, reduziu-se, afetando boa parte dos países exportadores, especialmente o Brasil, que é um parceiro comercial na comercialização de produtos para a China.

Não se trata de uma “bolha” chinesa?
Não se trata de uma “bolha”, visto que o crescimento continua existindo, a menores taxas, mas, mesmo assim, crescendo mais do que todas as demais nações. Trata-se de um processo necessário para ajustar as taxas de crescimento elevadas que se verificaram nos últimos anos. Portanto, os avanços da China aqueceram as economias emergentes, gerando dependência significativa ao país asiático, especialmente, e isso tem conjecturado expectativas sobre como a China irá se inserir nesse novo cenário de crescimento mais modesto e como os países que se tornaram dependentes da China vão se comportar perante essa nova realidade econômica.

Por que a crise das bolsas chinesas tem abalado os mercados internacionais?
As preocupações em torno da economia chinesa têm afetado os mercados internacionais porque provocam fuga de ativos considerados mais arriscados, interferindo negativamente nas cotações das principais bolsas de valores do mundo. A forte turbulência nos mercados ocorre porque há indicações de que a desaceleração da economia chinesa poderá ser maior do que vêm indicando as projeções para o PIB oficial. Análogo a isso, as ações governamentais de socorro à bolsa chinesa vêm afastando os poupadores e atraindo mais especulação. O movimento recente do Banco Central da China de desvalorizar o Yuan também levou a um choque negativo no desejo de risco e elevou a preocupação de contaminação no crescimento global, mesmo que o governo também esteja “guerreando” para alcançar a média anual de crescimento econômico de ao menos 6,5% ao ano, entre 2016 e 2020. O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem registrado que a desaceleração da China e a forte queda de seu mercado acionário não é o anúncio de uma crise, mas apenas um ajuste “necessário”, devido às elevadas taxas de crescimento verificadas, que se tornaram insustentáveis no longo prazo. Portanto, a redução nos contratos internacionais de commodities tem impactado na cotação das ações das empresas porque a lucratividade das empresas tenderá a reduzir-se pela menor demanda de produtos da China. Assim, o mercado acionário apresenta reduções nos valores das ações, afetando os indicadores de negócios e valores das principais bolsas de valores mundiais.

Se for confirmada desaceleração ainda maior da economia chinesa, que tipo de impactos sofrerão as economias do terceiro mundo, entre elas a do Brasil?
Os impactos nas economias emergentes podem ser vistos, principalmente, no comportamento do valor das ações negociadas nas bolsas de valores. No caso brasileiro, as cotações das ações negociadas na Bm&fbovespa têm apresentado quedas seguidas, indicando perda de valor de mercado. Além do impacto no preço de commodities internacionais e menor volume exportado para a China, um menor crescimento chinês pode ocasionar uma fuga maior de recursos das economias emergentes, como o Brasil. A maior incerteza quanto ao encaminhamento do efeito China nas demais economias gera pressão cambial sobre o dólar e, com isso, se desvaloriza a moeda brasileira. O Brasil tem um sistema de fixação de câmbio considerado limitadamente flutuante, sendo que o Banco Central (BACEN) faz intervenções quando as oscilações apresentam elevadas magnitudes. Nesse caso, ocorre a venda de dólares por meio de leilões, que visam inundar o mercado com dólares, controlando sua cotação por meio do uso das reservas cambiais. Felizmente, o Brasil possui elevado estoque de reservas internacionais, o que dá ao país segurança e capacidade para enfrentar essa flutuação cambial sem gerar mais problemas financeiros. Portanto, com a desaceleração da economia chinesa, cada vez mais as empresas deverão encontrar economias alternativas para comercializar seus produtos com o propósito de reduzir sua dependência para com alguns países.

Num momento desses, para onde migra o dinheiro da especulação?
Em momentos de crise os recursos destinados aos investimentos especulativos acabam por serem enviados para países que apresentam baixo risco de crédito, mesmo que, no curto prazo, isso se transforme em menor retorno aos investimentos. Da mesma forma, os fundos de investimentos procuram países que apresentam grau de investimento, o que, infelizmente, o Brasil perdeu no final de 2015. Além disso, os recursos dificilmente são investidos nos setores produtivos das economias para gerar produção e empregos. Esses recursos são aplicados em ativos financeiros de curto prazo em economias com grau de investimento e que apresentam credibilidade econômica, financeira e governamental. Por conseguinte, os recursos serão investidos em ativos pouco produtivos, que apenas geram rentabilidade para o investidor, sem agregar recursos significativos para a sociedade.

O Brasil só teria a perder com essa crise ou pode haver algum tipo de oportunidade?
Sem dúvida, as perdas são maiores do que os ganhos observados com o comportamento da economia chinesa, principalmente, na comercialização de commodities. Além disso, a Bolsa de Valores apresenta índices negativos e gera o “efeito manada”, derrubando as ações de empresas que não estão intimamente ligadas ao comércio com a China. Entretanto, a desvalorização do real aumenta a competitividade das mercadorias brasileiras no exterior, e isso poderá auxiliar os empresários brasileiros na manutenção dos principais negócios. Também, demonstra a importância das empresas comercializarem com outras economias, reduzindo assim, a dependência a poucos compradores. Portanto, os impactos para o Brasil, com a desaceleração econômica da China, afetarão vários setores da economia, inclusive gerando efeito negativo sobre as taxas de emprego.

De que forma essa crise pode afetar estados exportadores como o RS?
Os efeitos da China nas economias exportadores podem ser vistos por meio das reduções nas exportações de produtos. Nesse sentido, como a China é um dos principais países compradores de algumas das matérias primas comercializadas no Estado, como a soja, pedras preciosas, maquinários, carne bovina, suína, avícola, etc, tende-se a sentir alguns problemas socioeconômicos, visto que ocorrerá mais desemprego, menos produção e, automaticamente, redução de renda nos munícipios. Portanto, esses efeitos influenciarão nas finanças do estado porque menos tributos serão gerados e, automaticamente, ocorrerá redução de investimentos nos serviços básicos da população.