programa nacional de prevencao l ogo

Logo ENEFlogo programa prevencao corrupcao150

banner alerta-golpe

banner golpe2

SETORES CORECON-RS

Setor de Cobrança
(segunda via de boleto e valores devidos)
cobranca@coreconrs.org.br | financeiro@coreconrs.org.br

Setor de Registro
(cancelamento e registro novo) 

Setor de Fiscalização  fiscal@coreconrs.org.br

Setor Jurídico  juridico@coreconrs.org.br 
 
 

Banner servicos online

servicos online post site 550

Vagas para Economistas

Analista de Planejamento e Performance III
 
LOJAS RENNER
Inscrições internas até 15/04

DESCRIÇÃO DA VAGA
Estamos buscando uma pessoa Analista de Planejamento e Performance para compor o nosso time.

REQUISITOS E QUALIFICAÇÕES
  • Formação Completa em Engenharias, Economia, Contabilidade e Administração;
  • Capacidade analítica e de resolução de problemas;
  • Capacidade de síntese e de preparação de materiais executivos;
  • Domínio de Excel e Power point;
  • Familiaridade com Power BI.
 

Cooperativismo de crédito no mercado financeiro

alexandre englert

 

 

Alexandre Englert Barbosa
Corecon/RS nº 6090
Economista, Superintendente de Economia e Riscos do Banco Cooperativo Sicredi

 

Como são formadas e qual a composição das cooperativas que atuam no setor financeiro?
As cooperativas de crédito são formadas pela associação de pessoas, unidas voluntariamente, para prestar serviços financeiros a seus associados. Elas integram o Sistema Financeiro Nacional e são regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional, com a supervisão do Banco Central.

Qual o objetivo dessas cooperativas?
São constituídas para captar recursos financeiros, oferecer empréstimos e prestar serviços de natureza bancária demandados pelos associados. Como sociedade de pessoas, as cooperativas de crédito buscam promover o crescimento econômico de seus associados. As cooperativas de crédito contribuem para o fortalecimento da economia local, pois os recursos nela investidos permanecem na região, sendo fonte para crédito aos associados que buscam recursos na cooperativa, aumentando a capacidade de desenvolvimento e de geração de empregos. A participação dos associados é o que alimenta esse ciclo de ajuda mútua. Quanto mais os associados participam da cooperativa, maior é a riqueza gerada. Isso oportuniza recursos e mais negócios na região e contribui para o desenvolvimento coletivo, que é justamente o objetivo das sociedades cooperativas. Ao se instalar em uma comunidade, uma cooperativa de crédito segue diretrizes de inclusão financeira e de fomento à economia local. Com essa orientação, a instituição materializa oportunidades de acesso ao crédito e a outros produtos e serviços financeiros e gera efeitos multiplicadores no desenvolvimento social e econômico, como a formalização de atividades, o resgate da cidadania, a geração de empregos e o aumento da renda.

Por que as cooperativas financeiras normalmente têm maior penetração nas regiões do interior do País?
As cooperativas de crédito surgiram no interior do País, ligadas aos agricultores. Mas, nos últimos anos, elas desenvolveram-se significativamente, inclusive em cidades maiores. Com a flexibilização das exigências de associação, que permitem a adesão de qualquer pessoa independentemente do seu ramo de atuação ou atividade profissional, a regulamentação contribui para a expansão do segmento. No Brasil, mais de 7,5 milhões de pessoas escolheram as cooperativas de crédito como a sua instituição financeira, de acordo com informações do Banco Central.

Qual o número de cooperativas em atividade atualmente no País?
O total de cooperativas, em dezembro de 2014, chegou a 1.106. Isso representa mais de 43 mil pessoas empregadas pelo setor e ativos no valor de R$ 143,6 bilhões, com R$ 68 bilhões em depósitos. As cooperativas de crédito exercem no Sistema Financeiro Nacional relevante papel de entidades financeiras de caráter local, constituindo-se em importante impulsionador do desenvolvimento regional, na medida em que os recursos financeiros gerados pelo esforço de poupança em sua área de atuação nela permanecem na forma de empréstimos, poder de compra e investimentos, estimulando a geração de renda e o crescimento sustentável. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as cooperativas de crédito estão presentes em 95% do território nacional, sendo que em 565 dos municípios brasileiros elas são as únicas instituições financeiras da localidade. O Sicredi atua em 1063 municípios, sendo que em 216 ele é a única instituição financeira.

Quais os grandes desafios do setor?
O Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu) definiu que um dos grandes desafios atuais para o crescimento do setor é aumentar a base se associados, especialmente de jovens, além de outros quatro pontos, como obrigações regulatórias, inovação nos meios de pagamento, sustentabilidade das pequenas cooperativas de crédito e a concorrência de novos participantes não-tradicionais. O objetivo do Woccu é atrair 50 milhões de novos associados para as cooperativas de crédito até 2020, totalizando 260 milhões de pessoas. Como caminho para chegar lá, a entidade aponta a necessidade de documentar e compartilhar as melhores práticas e ferramentas para o crescimento da base de associados jovens. A atração desse público é também uma das grandes missões do Sicredi. Em dezembro de 2013, a instituição financeira cooperativa contava com 237 mil jovens, e em agosto deste ano chegou a mais de 293 mil. Para o segmento do cooperativismo de crédito brasileiro, o cenário é de consolidação dos avanços apresentados ao longo do tempo. O crescimento deve manter os índices que vem apresentando nos últimos anos, pois as cooperativas de crédito têm demonstrado capacidade de absorção adequada dos efeitos de instabilidade no cenário econômico. Isto deve-se, principalmente, pela solidez conquistada e ao relacionamento que as cooperativas mantêm com seus associados.

Na França, os bancos cooperativos alcançam uma fatia superior a 60% do mercado financeiro. Por que isso acontece? O Brasil, que é um país com uma economia fortemente ligada ao agronegócio, está muito longe disso?
O cooperativismo de crédito tem características próprias nos países onde está presente. Elas variam de acordo com o cenário econômico, institucional e cultural da sociedade. No Brasil, o futuro do segmento é promissor. Apesar da participação de 3% no Sistema Financeiro Nacional, as cooperativas de crédito devem trabalhar para conquistar um mercado ainda com alto potencial. O modelo sustentável do cooperativismo de crédito ganha uma importância maior com o atual momento do cenário econômico. Num cenário com elevação da taxa de juros, um contexto internacional turbulento e ações em curso para ajustes na política econômica do País, o cooperativismo de crédito se sobressai e mantém-se em curva ascendente de indicadores.

Como o cooperativismo de crédito se adequa às resoluções de Basileia?
As cooperativas de crédito, assim como as instituições financeiras tradicionais, precisam estar em conformidade com os normativos do Banco Central a respeito do Acordo de Basileia, que, entre outros aspectos, exige um determinado volume de capital para fazer frente aos riscos de crédito, operacional e de mercado, entre outros. As cooperativas de crédito, portanto, precisam avaliar mensalmente sua adequação de capital, prestando contas ao Banco Central. Nos últimos anos, o Brasil iniciou o processo de adaptação do seu Sistema Financeiro às regras de Basileia III, um avanço em relação às regras anteriores (Basileia II), que veio para aumentar a exigência de capital das instituições financeiras após a crise financeira que atingiu os EUA em 2008 e contaminou outros países desenvolvidos. A ideia por trás deste avanço é a de tornar ainda mais seguras as instituições financeiras, mitigando os riscos para que novas crises como aquela venham a ocorrer.

Qual é o diferencial do Sicredi no mercado financeiro?
O Sicredi é referência internacional pelo formato de organização sistêmica. Presente em 11 estados brasileiros, promove o desenvolvimento econômico e social dos associados e das comunidades. Está organizado em um sistema com 95 cooperativas de crédito filiadas que operam com uma rede de atendimento com 1.367 pontos de atendimento. As cooperativas de crédito que integram o Sicredi estão organizadas em rede (todas formam uma só rede de atendimento) e são suportadas por empresas especializadas: Centrais, Banco Cooperativo, Administradoras de Cartões, Consórcio e Bens, Corretora de Seguros e Fundação Sicredi. Este modelo apresenta características especiais para o empreendimento. Pelo processo interdependente, a responsabilidade solidária implica na redução do risco de insolvência de cooperativas integrantes no caso de dificuldades econômicas ou financeiras, traduzindo-se em maior segurança ao associado que nela aplica os seus recursos. As empresas especializadas instrumentalizam as cooperativas com os produtos e serviços que viabilizam o atendimento integral das necessidades dos associados. A escala em nível sistêmico (todas as cooperativas integrantes) viabiliza operar produtos massificados que não são suportados por uma cooperativa individual. E a especialização nas empresas integrantes do Sistema qualifica a gestão e mitiga o risco do empreendimento. Ao todo são mais de 3,1 milhões de associado, 18,7 mil colaboradores, R$ 52,9 bilhões em ativos e patrimônio líquido de R$ 7,7 bilhões.