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A guerra das moedas


Não surpreende a equivalência e até superação do Dólar perante o Euro no mercado cambial brasileiro. No mundo inteiro, o Dólar vem se valorizando como consequência da Guerra contra a Ucrânia. Sabidamente, este efeito ocorreria.

Simultaneamente, revelou-se um duplo interesse de potências globais: a Rússia provoca a guerra para enfraquecer o Euro e os EUA tem interesse perverso que ela continue para valorizar o Dólar. Estamos num cenário de Guerra de Moedas.

A busca da hegemonia como moeda de curso internacional dominante está em cheque desde a crise de 2008. O poder americano por ter a moeda internacional provoca um desequilíbrio na economia internacional. Ao expandir a emissão de dólares - e, os EUA triplicaram a quantidade de dólares no mundo desde 2008 --, a dança dos preços relativos em cada país, favoreceram as importações e exportações de produtos americanos neste período.

A incursão Russa na Ucrânia busca fortalecer o valor econômico de suas exportações na Europa e para o resto do mundo. Um jogo de alto risco, mas uma das faces da guerra cambial. Se mais países aderirem à zona do Euro, a Rússia perdeu a aposta, se do contrário, a Rússia consegue seu objetivo.
Estamos diante uma necessária reestruturação do sistema financeiro internacional, senão será uma longa guerra. O acordo de Bretton Woods já caducou faz tempo, e as agendas para essa reformulação estão mais do que atrasadas.

A disparada das taxas de juros e da inflação internacional é mera consequência, e as medidas imprudentes tomadas pelo governo brasileiro em ano eleitoral, aumentam o risco de uma volta a oitentização da espiral inflacionária brasileira.

Com a Pandemia, tornou-se visível a desorganização das cadeias produtivas internacionais e a retomada provocou uma escassez de insumos e matérias primas estrutural. Ambiente favorável para uma disputa de espaço pelos senhores da guerra.

Artigo de autoria do economista Leandro de Lemos, professor Universitário, empresário e ex-presidente do Corecon-RS, publicado no Jornal Zero Hora, edição de 13 de junho de 2022.